“Eu, porém, na justiça contemplarei a tua face; quando acordar, eu me satisfarei com a tua semelhança” (Sl.17.15)
Como de costume, Davi se prostra perante o
Juiz de toda a terra, para clamar por justiça. Seu coração está em paz com
Deus, pois, ainda que tivesse a consciência de ser pecador (Sl.32), ele
confiava nas misericórdias de Deus e buscava viver piedosamente (Sl.17.3). E
mesmo sendo valente, disposto a lutar contra os inimigos do Senhor (1Sm.17),
Davi procurava ser bênção para as pessoas, até mesmo para seus adversários
(2Sm.9).
Seu constante clamor a Deus por causa das
injustiças e perversidades dos inimigos nos mostram que Davi não confiava na
justiça dos homens, pois o coração deles é corrupto. A ambição e a avareza
costumam potencializar os enganos do coração, e Davi bem sabia. Então, em vez
de procurar nos pecadores o julgamento de seu caso, Davi se lançava perante
Deus e esperava seu justo parecer.
E mesmo não tendo feito mal aos inimigos
que o perseguiam, Davi também não confiava em seu próprio coração, de modo que
não se entregou à vingança. Por duas vezes, Davi teve a chance de se vingar de
Saul, matando-o na caverna (1Sm.24 e 26). Mas, refletiu bem e entregou a
vingança nas mãos do Senhor, pois Deus é justíssimo e julgaria seu caso com
perfeição.
Os clamores de Davi nos lembram, ainda
hoje, que não devemos confiar nossas vidas às mãos de pecadores. Até aparentes
cristãos se corrompem por amor ao poder e ao dinheiro. Ao mesmo tempo, os
Salmos de Davi exortam a igreja a ser justa e íntegra, pois os verdadeiros
cristãos precisam, muitas vezes, de alento frente ao mundo corrupto, injusto e
perverso.
Então, o que fazer? Davi nos ensina a
confiar na justiça de Deus, pois nosso coração pode errar na medida do juízo
sobre os adversários. A vingança costuma ser desmedida, acima daquilo que é
justo cobrar do outro. Porém, a justiça divina sempre é perfeita, na medida
certa, nem para mais nem para menos. Portanto, quando você tiver alguma queixa
a fazer, quando os inimigos estiverem a sua porta, clame ao Juiz de toda a
terra e confie, pois Ele fará justiça a seus filhos, “embora pareça demorado
em defende-los” (Lc.18.7).
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