“Grandes são as obras do SENHOR, consideradas
por todos os que nelas se comprazem” (Sl.111.2)
Todas as obras do Senhor refletem
a sabedoria e o poder de Deus (Rm.1.20). Em cada dia da criação (Gn.1.3-28),
detalhes foram acrescentados à matéria-prima criada no princípio (Gn.1.1),
modelada com paciência e precisão. E, assim como um artista expõe suas obras de
arte, a fim de que sejam apreciadas, “os
céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos”
(Sl.19.1).
Feita para glorificar o Criador, a
criação impressiona os sentidos humanos por toda sua beleza, aroma, gosto,
harmonia e satisfação. Como não admirar a diversidade e encanto da natureza? Como
não apreciar os diversos aromas da criação? Como não se deliciar com os sabores
dos alimentos? Como não ficar encantando com o belo som dos pássaros? Como não
se agradar das diversas sensações promovidas pelo tato? Será possível não perceber
tudo isso? Infelizmente, sim!
Por um lado, algumas pessoas tem
admirado demasiadamente a criação pela própria criação, “adorando e servindo a criatura em lugar do criador” (Rm.1.25). Ou
seja, algumas pessoas idolatram a criação (politeísmo e panteísmo) em vez de
louvar a Deus por tê-la feito. Tenha cuidado para não apreciar o que Deus fez em
detrimento daquele que tudo criou. A criação é encantadora porque Deus é
extremamente maravilhoso, e cada encanto da criação manifesta a glória do Deus
Criador (Sl.19).
Por outro lado, o homem contemporâneo
(principalmente ocidental) tem sido indiferente às obras das mãos do Senhor. O
dia a dia agitado, atarefado e mecânico desvia a atenção dos cidadãos das
grandes cidades. Em lugar da natureza, uma “selva de pedra” preenche cada
espaço das metrópoles, arranhando os céus, a terra, as águas e o ar. Alheias à
vida, à criação e a Deus, as pessoas vivem apenas para satisfazer seus apetites
diários e nem mesmo os mais extraordinários feitos divinos as surpreende nem suscitam
de seus lábios o louvor a Deus.
Todavia, as obras do Senhor vão
além da criação física. Deus é Senhor da vida e da história, e interage
constantemente com seu povo, a fim de o “aperfeiçoar,
firmar, fortificar e fundamentar” (1Pe.5.10). José percebeu que sua vida
era objeto de um maravilhoso projeto divino, com o fim de preservar o plano
redentor (Gn.45.5) e louvou a Deus perante seus irmãos (Gn.45.8). Paulo disse
que os membros da igreja são instrumentos do Senhor, pelo poder do Espírito, para
a edificação mútua, com o propósito de promover o crescimento do corpo de
Cristo, para a glória de Deus (Ef.4.7-16). Todo esse agir divino em nossa vida,
em nossa história, reflete a sabedoria daquele que “tudo faz como lhe agrada” (Sl.115.3).
Portanto, tudo em nós, e ao nosso
redor, manifesta a glória do Senhor. Criação, providência, justificação,
regeneração, santificação são obras primas das graciosas mãos do Senhor e devem
ser apreciadas, a fim de que Deus seja louvado por todos seus grandiosos
feitos, pois “em suas obras há glória e
majestade” (Sl.111.3). Mas, para que você aprecie adequadamente as
maravilhas do Senhor, precisará, primeiro, amar corretamente o Deus Criador
(Dt.6.4-5). O legítimo amor a Deus desperta a apreciação das obras de suas
mãos.
O salmista tinha prazer em apreciar
os feitos do Senhor e confrontou os filhos de Israel dizendo: “Grandes são as obras do SENHOR, consideradas
por todos os que nelas se comprazem” (Sl.111.2). Caso Deus lhes fosse amado,
como ordenava Deuteronômio 6.5, então o povo de Deus teria prazer em apreciar
todas as obras divinas, pois elas refletem a glória do Senhor. Contudo, a
insensibilidade da nação refletiria a indiferença do povo para com seu Criador
e Deus, mesmo sabendo que “foi Ele quem
nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio”
(Sl.100.3).
Quão infeliz vive o homem sem
Deus! Seus olhos não veem a glória do Senhor manifesta em todas as suas obras,
pois somente o Espírito do Senhor pode revelar-lhes. Quando o homem olha
somente para si, então a criação torna-se um mero instrumento para sua
satisfação. Mas, quando Cristo é o centro da vida humana, suas obras tornam-se
admiráveis e tudo quanto Deus faz em nossa vida é apreciado conforme sua
grandeza.
Resta-nos perguntar-lhe: Quanta
admiração as obras de Deus causam a seu coração? Caso você preste a devida
atenção verá que cada detalhe de sua vida aponta para a grandeza, glória e graça
do Senhor? Lembre-se que a capacidade de sentir gosto é criação de Deus e o
sabor é graça do Senhor, também; a capacidade de cheirar os perfumes é dádiva de
Deus e o bom aroma na natureza foi ideia dEle, também; a beleza da natureza ao
nosso redor existe graças a habilidade artística do Senhor e nossa visão de
alta definição é obra de suas mãos, também; a capacidade de sentir prazer foi
invenção do Criador e a bênção do casamento veio de sua bondosa mão, também.
Portanto, desfrute as maravilhas criadas por Deus, considerando sobre cada obra
das mãos do Senhor e, então, glorifique a Deus por tudo que fez e exalte ao
Senhor por tudo que proporciona a sua vida, também.
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