“Não
fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós
outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça”
(Jo.15.16)
Sou grato ao Senhor por cada oportunidade concedida para contribuir com a
propagação da Palavra de Deus que é perfeita, fiel, reta, pura, límpida,
verdadeira e justa (Sl.19.7-9). O serviço ao Senhor, nas mais diversas esferas
da vida cristã, sempre será um privilégio gracioso, pois é confiado ao homem
não por méritos nem por qualidades especiais, “pelo contrário, Deus escolheu as
coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas
do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do
mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que
são; a fim de que ninguém se vanglorie
na presença de Deus” (I Co.1.27-29). Assim somos nós: loucos,
fracos, humildes e desprezados perante o mundo, mas agraciados por Deus para
manifestar sua glória por meio da pregação da Palavra e do testemunho fiel de Sua
vontade. Não há em nós glória alguma, pois tudo provem do Senhor que efetua em
nós tanto o querer quanto o realizar (Fp.2.13).
A humilde condição em que nos encontramos deve ser considerada parte do
propósito de apontar para a glória de Deus. Jesus, o Filho de Deus, teve uma
vida simples, filho de carpinteiro, esvaziado de glória e poder, feito um de
nós, tentado em todas as coisas, submisso ao Pai em tudo e por fim humilhado
até a morte e morte de cruz (Mt.13.55; Fp.2.7; Hb.2.17; 4.15; Lc.22.42; Fp.2.8).
Seu esvaziamento tanto o identificava conosco quanto apontava às multidões a
glória do Senhor, pois tudo fazia de acordo com a vontade do Pai e pelo poder
do Espírito do Senhor. Portanto, se Ele, que é a nossa glória, fez-se
desprezado pelo mundo para manifestar a glória do Pai, o que será de nós seus simples
servos? Paulo diz que devemos seguir os passos de Jesus, a fim de que em nossa
vida Deus seja engrandecido (Fp.2.5-11).
Ao mesmo tempo em que agradecemos a Deus por sua imensa graça, que nos
basta (II Co.12.9), por meio da qual recebemos o privilégio de anunciar o
Evangelho da salvação, também anunciamos que todo aquele que crê em Cristo é
vaso de misericórdia em Suas mãos (Rm.9.23). Em Cristo, todos são servos; e
cheios do Espírito Santo, todos são sustentados com o poder de Deus para
servir. Para Deus não há pequeno ou grande, fraco ou forte, inculto ou sábio, “porque
Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa
vontade.” (Fp.2.13). Quem foram os “heróis da fé”? Abraão
viveu no meio de um povo pagão (Js.24.2) e peregrinou em terra estranha
(Hb.11.9), mas se tornou o pai da fé; José era o menor entre seus irmãos,
vendido como escravo (Sl.105.17,18), porém Deus o fez instrumento de salvação;
Moisés foi exilado no deserto (At.7.29) e quis rejeitar o chamado de Deus,
contudo Deus o usou para libertar o grande povo de Deus; Gideão era da família
mais pobre de Israel e o menor de sua casa (Jz.6.15), no entanto julgou as
tribos de Israel; Ester era órfã que vivia com o tio, todavia tornou-se rainha
numa terra estranha e libertou seu povo da iminente morte (Ester); os profetas
viveram “errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra”
(Hb.11.38), mas foram poderosos instrumentos para fazer ecoar a voz do Senhor
por toda a terra. Nenhum deles foi homem de destaque, contudo, todos foram
instrumentos nas mãos de Deus para revelar o poder do Senhor, Criador dos céus
e da terra.
Com a igreja do Novo Testamento também foi assim, e continua sendo. Boa
parte dos apóstolos eram pescadores, pessoas simples da sociedade. Diante do
Sinédrio, Pedro e João foram considerados “iletrados
ou incultos” (At.4.13), ou seja, eles não tinham recebido instrução
rabínica (agrammatói), estudado aos
pés de rabinos como Gamaliel, mas pregavam com firmeza e convicção,
conhecimento e fidelidade às Sagradas Escrituras. Contudo, os líderes
religiosos reconheceram que Pedro e João haviam estado com Jesus. Que anos
proveitosos foram aqueles! Os discípulos haviam aprendido com o Mestre Jesus “coisas concernentes ao Reino de Deus”
(At.1.3). E tendo sido revestidos com o poder de Deus (At.1.8), que o Espírito
Santo trouxe para a igreja, como cumprimento da promessa de Joel 2.28, os
apóstolos passaram a falar com ousadia, coragem e autoridade, iluminados para
compreenderem a Palavra de Deus, a fim de ensinarem ao povo com precisão.
Não somos da escola de profetas do Antigo Testamento nem fomos escolhidos
por Jesus como apóstolos autorizados para representá-lo com sinais e
maravilhas. Contudo, somos membros do corpo de Cristo “fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior”
(Ef.3.16). Você é parte deste corpo, igreja de Jesus, família de Deus, templo
do Espírito Santo. Somos pedras vivas que juntas formam o grande e glorioso templo
de Deus, sendo Cristo a pedra fundamental (I Pe.2.5). Tudo isto significa, que
mesmo desprezados pelo mundo, os menores dos homens, somos instrumentos nas
mãos do Altíssimo, tendo recebido dons, “visando
a um fim proveitoso” (I Co.12.7).
Se você crê em Cristo como Senhor e Salvador e tem compromisso com Jesus
e Sua igreja, então você também é parte do corpo de Cristo! Dentro desse corpo
não há pequeno ou grande demais que não deva fazer parte da grandiosa obra incumbida
à igreja de Jesus. Todos são servos, e cheios do Espírito somos instrumentos em
Suas mãos. Talvez você esteja se perguntando: O que fazer para ser uma benção?
A resposta é: Submeta sua vida ao Senhorio de Cristo! Viva para Jesus, fazendo
sua vontade revelada nas Sagradas Escrituras! Busque-o em oração constante!
Ouça a voz do Senhor que ecoa em Sua Santa Palavra! Você não precisa fazer mais
que isto, pois o restante, todo o restante, está nas mãos do Senhor da glória. Assim,
você estará se colocando humildemente e obedientemente nas mãos daquele que
pode “das pedras suscitar filhos a Abraão”
(Mt.3.9). Portanto, prostre-se hoje mesmo perante o Senhor, diga: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is.6.8).
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