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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Meu Socorro vem do Senhor


Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro?  O meu socorro vem do SENHOR, que fez o céu e a terra. (Salmos 121.1,2)

 

Mesmo que muitas vezes não reconheça, o ser humano é profundamente necessitado do cuidado de Deus sem o qual não pode sobreviver. E para que as pessoas experimentem efetivamente isso, deparam-se com diversas circunstâncias as quais fragilizam a sociedade que se autoempoderou. Logo, podemos dizer que as muitas adversidades as quais põe o homem prostrado perante a face de seu Criador são benefícios divinos graciosos que convidam os pecadores a reconhecer a plena necessidade daquele que os criou e os sustenta.

Mas, numa sociedade autoidolatria, quem conhece o Criador, suas obras e suas promessas? Deus se tornou uma vaga ideia para o homem confuso de nossos dias. Então, em suas necessidades, as pessoas clamam a alguém sem saber a quem buscar e o que esperar. O único propósito é satisfazer, de alguma forma e o mais rápido possível, à necessidade momentânea, como numa espécie de fastfood espiritual. E logo que a necessidade é saciada, o pecador ocupado consigo mesmo volta seu olhar narcisista para o próprio umbigo, novamente, pois, aparentemente, não precisa de mais nada.

Portanto, enquanto nos dias de fartura as pessoas sentem-se autossuficientes, as tribulações obrigam o homem a reconhecer suas fraquezas. Então, as pessoas costumam clamar a Deus nos dias de angústias e necessidades, quando o dinheiro é pouco, a saúde não está bem ou a família enfrenta problemas. Sendo assim, muitos procuram a igreja, em tempos difíceis, na expectativa de que Deus veja a aparente “boa ação” e os ajude, atendendo aos pedidos de oração. E por melhor que possa ser, buscar a Deus nas necessidades, suas orações não deveriam se resumir a pedidos de um aflito. Logo, em que circunstâncias você tem orado ao Senhor?

O Salmo 121 expressa a plena convicção, proveniente do Espírito Santo, a respeito da fidelidade de Deus no cumprimento de suas promessas para com o povo de sua aliança. O clamor do salmista provém de lábios que conhecem o Senhor, suas obras e suas promessas. Ele faz referência aos atos criativos de Deus, conforme Gênesis 1 e 2, afirmando que Deus “fez o céu e a terra”. Ele faz alusão à glória dos atributos incomunicáveis de Deus que é onipotente, onipresente e onisciente (Sl.121.3-5). Ele faz menção às promessas divinas feitas aos patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó – Gn.12-50) e ao povo de Israel quando estava prestes a entrar na terra prometida (Dt.28).

Portanto, o Salmista conhecia o Deus a quem buscava e, por isso, sabia que nele encontraria refúgio certo em meio à tribulação. A glória de Deus, a grandeza de suas obras e a fidelidade de suas promessas deveriam suscitar tanto o temor no coração quanto o consolo para a alma daquele que busca o Criador. Por isso, em sua oração, o salmista encontra consolo para a sua alma, afinal o Senhor é fiel à sua aliança.

Logo, a fidelidade de Deus é uma implícita convocação à plena confiança nEle. Uma vez que Deus tem todo poder e suas promessas contemplam graciosamente o cuidado para com o povo de sua aliança, é imperativo para a igreja o descansar nEle completamente, como disse o apóstolo Paulo: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Fp.4.6).

Por conseguinte, a oração do salmista nos revela que antes de buscar a Deus em suas necessidades, ele o buscava em seu coração, meditando na Palavra do Senhor na qual aprendera a confiar em Deus em meio às tribulações da vida. Logo, podemos afirmar que o salmista buscava em primeiro lugar a Deus e sua justiça, sabendo que as demais coisas seriam acrescentadas (Mt.6.33). Assim como Jesus ensinou seus discípulos a fazerem no dia a dia da vida. E você, tem buscado a Deus em primeiro lugar, ou só está interessado nas dádivas do Senhor?

O Salmo 121 é uma exortação para aqueles que não tem buscado a Deus com sinceridade em seu coração, para aqueles que não conhecem o Criador, ignorando a plena necessidade do divino. Sem o conhecimento de Deus, o pecador necessitado não encontra consolo nos dias maus nem esperança certa nas lutas, pois o profundo cuidado de Deus é para com aqueles que andam com Ele, que estão debaixo de sua aliança.

Por isso, o Salmo é também ânimo para os cristãos que têm vivido pela fé e confiado no amor, graça e misericórdia de Deus, manifestos, sobretudo, na cruz do Calvário. Aqueles que negaram a própria vida e, deixando tudo, tem seguido a Jesus sabem que têm, em Deus, consolo certo nos dias de angustia, pois o Senhor os socorrerá e os sustentará, de modo que a paz de Deus que excede todo entendimento guarde seus corações em Cristo Jesus (Fp.4.7) até que, no futuro, Cristo “lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Ap.21.4).


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