“Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do SENHOR, que fez o céu e a terra.” (Salmos 121.1,2)
Mesmo que muitas vezes
não reconheça, o ser humano é profundamente necessitado do cuidado de Deus sem
o qual não pode sobreviver. E para que as pessoas experimentem efetivamente
isso, deparam-se com diversas circunstâncias as quais fragilizam a sociedade
que se autoempoderou. Logo, podemos dizer que as muitas adversidades as quais
põe o homem prostrado perante a face de seu Criador são benefícios divinos
graciosos que convidam os pecadores a reconhecer a plena necessidade daquele
que os criou e os sustenta.
Mas, numa sociedade
autoidolatria, quem conhece o Criador, suas obras e suas promessas? Deus se
tornou uma vaga ideia para o homem confuso de nossos dias. Então, em suas
necessidades, as pessoas clamam a alguém sem saber a quem buscar e o que
esperar. O único propósito é satisfazer, de alguma forma e o mais rápido
possível, à necessidade momentânea, como numa espécie de fastfood espiritual. E
logo que a necessidade é saciada, o pecador ocupado consigo mesmo volta seu
olhar narcisista para o próprio umbigo, novamente, pois, aparentemente, não
precisa de mais nada.
Portanto, enquanto nos
dias de fartura as pessoas sentem-se autossuficientes, as tribulações obrigam o
homem a reconhecer suas fraquezas. Então, as pessoas costumam clamar a Deus nos
dias de angústias e necessidades, quando o dinheiro é pouco, a saúde não está
bem ou a família enfrenta problemas. Sendo assim, muitos procuram a igreja, em
tempos difíceis, na expectativa de que Deus veja a aparente “boa ação” e os
ajude, atendendo aos pedidos de oração. E por melhor que possa ser, buscar a
Deus nas necessidades, suas orações não deveriam se resumir a pedidos de um
aflito. Logo, em que circunstâncias você tem orado ao Senhor?
O Salmo 121 expressa a
plena convicção, proveniente do Espírito Santo, a respeito da fidelidade de
Deus no cumprimento de suas promessas para com o povo de sua aliança. O clamor
do salmista provém de lábios que conhecem o Senhor, suas obras e suas promessas.
Ele faz referência aos atos criativos de Deus, conforme Gênesis 1 e 2,
afirmando que Deus “fez o céu e a terra”.
Ele faz alusão à glória dos atributos incomunicáveis de Deus que é onipotente,
onipresente e onisciente (Sl.121.3-5). Ele faz menção às promessas divinas
feitas aos patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó – Gn.12-50) e ao povo de Israel
quando estava prestes a entrar na terra prometida (Dt.28).
Portanto, o Salmista
conhecia o Deus a quem buscava e, por isso, sabia que nele encontraria refúgio
certo em meio à tribulação. A glória de Deus, a grandeza de suas obras e a
fidelidade de suas promessas deveriam suscitar tanto o temor no coração quanto o
consolo para a alma daquele que busca o Criador. Por isso, em sua oração, o
salmista encontra consolo para a sua alma, afinal o Senhor é fiel à sua
aliança.
Logo, a fidelidade de
Deus é uma implícita convocação à plena confiança nEle. Uma vez que Deus tem
todo poder e suas promessas contemplam graciosamente o cuidado para com o povo
de sua aliança, é imperativo para a igreja o descansar nEle completamente, como
disse o apóstolo Paulo: “Não andeis
ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as
vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Fp.4.6).
Por conseguinte, a oração
do salmista nos revela que antes de buscar a Deus em suas necessidades, ele o
buscava em seu coração, meditando na Palavra do Senhor na qual aprendera a
confiar em Deus em meio às tribulações da vida. Logo, podemos afirmar que o
salmista buscava em primeiro lugar a Deus e sua justiça, sabendo que as demais
coisas seriam acrescentadas (Mt.6.33). Assim como Jesus ensinou seus discípulos
a fazerem no dia a dia da vida. E você, tem buscado a Deus em primeiro lugar,
ou só está interessado nas dádivas do Senhor?
O Salmo 121 é uma
exortação para aqueles que não tem buscado a Deus com sinceridade em seu
coração, para aqueles que não conhecem o Criador, ignorando a plena necessidade
do divino. Sem o conhecimento de Deus, o pecador necessitado não encontra
consolo nos dias maus nem esperança certa nas lutas, pois o profundo cuidado de
Deus é para com aqueles que andam com Ele, que estão debaixo de sua aliança.
Por isso, o Salmo é
também ânimo para os cristãos que têm vivido pela fé e confiado no amor, graça
e misericórdia de Deus, manifestos, sobretudo, na cruz do Calvário. Aqueles que
negaram a própria vida e, deixando tudo, tem seguido a Jesus sabem que têm, em
Deus, consolo certo nos dias de angustia, pois o Senhor os socorrerá e os
sustentará, de modo que a paz de Deus que excede todo entendimento guarde seus
corações
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