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quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Verdadeira Paz!


"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (Jo.14.27)


Quem não deseja ter paz? Uma geração após a outra, o ser humano tem procurado a paz; e até guerras já foram travadas para que ela fosse encontrada. Contudo, o que é paz? Onde podemos encontrá-la? Seria a paz um estado de tranquilidade? Caso seja isso, então poderemos encontrá-la numa rede balançando embaixo de uma sombra tranquila, no soprar de uma suave brisa numa manhã de primavera. Porém, mesmo que tudo esteja tranquilo ao redor daquele que está deitado na rede, o coração e a mente podem estar em conflito. Desta forma, a tranquilidade do corpo nem sempre corresponde à paz da alma.

Portanto, é fundamental que procuremos primeiro entender o que é paz. O exemplo que demos acima, nos mostra que a paz é mais que bem-estar. Algumas pessoas têm conforto e bem-estar, riquezas e tudo o que o coração desejar, mas não tem paz. Outras, no entanto, desfrutam de abundante paz mesmo privados dos privilégios da vida, porque paz é um estado de completa satisfação do ser que está em plena harmonia com seu Criador. Paz é contentamento e harmonia, é a criação vivendo plenamente sua existência.

Desta forma, não se encontra paz indo para uma praia ou fazenda, ficando rico ou mesmo pobre. A paz não é encontrada em momentos ou coisas, nem em lugares ou situações. A vida ao nosso redor pode nos proporcionar conforto, bem-estar e tranquilidade, mas não resgatam o sentido de nossa existência, trazendo contentamento, harmonia e comunhão com o Criador. É preciso muito mais que momentos bons na vida para o desfrute da paz no coração, pois ela envolve a relação entre a criatura e seu Criador.

A paz possui dois aspectos: Objetivo e Subjetivo. O aspecto objetivo da paz diz respeito ao relacionamento entre a criatura e seu Criador. Paulo nos diz que “justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm.5.1). Ele nos diz ainda que Cristo, “vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe e paz também aos que estavam perto; porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito” (Ef.2.17-18). Ou seja, por meio de Cristo deixamos de ser inimigos de Deus, não estamos mais debaixo da ira divina, não seremos mais condenados pelo Justo Juiz de toda a criação, porque estamos em paz com o Criador, por meio da justiça do Justo e Justificador Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo.1.29; Rm.3.26; 1Pe.1.19).

O aspecto subjetivo da paz é o desfrute dela dentro de nós. As treze cartas do apóstolo Paulo foram escritas debaixo de ferro e fogo, por um homem que deu o testemunho de suas tribulações


em prisões; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes.  Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; fui três vezes fustigado com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes; uma noite e um dia passei na voragem do mar; em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos;  em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez (2Co.11.23-28). 


Apesar de tudo isso, encontramos um homem desfrutando da paz de Cristo em seu coração, contente em toda e qualquer situação, alegrando-se sempre no Senhor (Fp.4.4,11).

A paz divina que Paulo desfrutava é uma bênção de Deus para todo cristão e deve ser buscada por meio do conhecimento da Escritura e de uma vida de oração. Essa paz é a cura para a ansiedade humana, tão comum na frenética e materialista sociedade atual. 


Filipenses 4:6-7  Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus


Você está em paz com Deus? Talvez você esteja bem de saúde; talvez tenha tudo o que precisa; talvez esteja satisfeito com a vida. Contudo, enquanto você ignorar o Criador e desprezá-lo com suas ações, você estará em guerra com Deus. Sua aparente tranquilidade não significa que você tenha paz. Na verdade, a tranquilidade está ocultando de você uma guerra que findará em sua condenação, pois todos hão de comparecer em juízo perante o Criador e Rei de toda a Terra, uns justificados outros culpados.

Imagine um filho que saiu de casa por causa de uma briga com seu pai. Os anos se passam e o filho progride na vida, alcançando tranquilidade e sucesso. Ele se senta em frente da televisão e pensa que finalmente conseguiu alcançar a paz. Contudo, sua tranquilidade não representa a real situação de sua relação com o pai. Ele ainda está em guerra e é por esta razão que ele não pode comparecer na casa de sua família sem que o coração sinta o pesar de estar em conflito com o pai. O filho precisa resolver seu problema com o pai para que desfrute não apenas de tranquilidade, mas de verdadeira e duradoura paz.

Quando estava próximo o dia da morte de Jesus, sabendo que os discípulos ficariam com medo, pois se sentiriam sozinhos e confusos ao ver seu mestre preso numa cruz, Cristo os chamou à parte e confortou o coração deles prometendo-lhes paz. Os dias seguintes seriam difíceis, e a caminhada deles, como apóstolos, após a ascensão de Jesus, seria adornada de lutas e privações por causa da fé. Contudo, Jesus olhou para eles e disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (Jo.14.27). Que paz era essa que Jesus daria para eles, se muito do que os aguardava era solidão, angustia, sofrimento e morte?

Eles não sabiam, mas enquanto Jesus não morresse na cruz, eles estavam em guerra. Os muitos pecados deles estavam descobertos diante dos olhos do Senhor, o justo Deus. Talvez eles não estivessem atentos, mas a ira de Deus estava reservada para eles, aguardando o dia da prestação de contas. Mas, Jesus lhes oferece a paz! Por meio da morte, Jesus mostra para seus discípulos a razão de ser chamado de “Príncipe da paz” (Is.9.6). Como “ovelha muda perante seus tosquiadores” (Is.53.), Jesus se ofereceu como perfeita oferta pelos pecados de seu povo. A guerra do homem contra Deus acabaria por meio de um tratado de paz, através da satisfação da justiça do Senhor. Jesus traria ao homem o perfeito estado de paz com Deus.

Estar em paz com Deus significa ter o rosto do Senhor resplandecendo para seu povo. Em vez da ira, as bênçãos de Deus se tornam acessíveis, pois o Rei da glória está satisfeito em ver seu povo vestido de justiça, coberto com a santidade de uma nova vida que Cristo lhes deu por meio do sacrifício na cruz. A paz do Senhor é você sentindo-se completo, satisfeito em harmonia com o Criador. Diante disso, o coração repousa em paz e a mente descansa contente, pois encontrou seu lugar com o Criador, em plena confiança nas promessas realizadas e firme esperança naquelas que se cumprirão.

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