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segunda-feira, 28 de maio de 2018

O que fazer agora?


Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt.4.17)



Sem floreios, sem meias palavras, sem receio das reações, Paulo afirma em sua carta: “Não há justo, nem um sequer” (Rm.3.10). O apóstolo nos revela o olhar de Deus para a humanidade, não apenas o olhar de um pecador que contempla sua própria imagem em um espelho. Essas palavras entram no coração como afiada espada de dois gumes, dilacerando todo orgulho e vaidade do homem que se vê com alta autoestima.



Em um só momento, todos os conceitos que o pecador tem sobre si são desfeitos e até aquilo que parece ser bom é reputado a nada. O que fazer, agora, que descobriu seus muitos pecados, por meio da pregação da Palavra de Deus? Deveria desistir da vida? Ou, ignorar a Verdade divina revelada sobre sua natureza pecadora? O que fazer agora?



Mesmo que essas perguntas nunca ecoem da boca, elas serão feitas no coração. O que fazer após lhe ser revelada a natureza pecadora? A resposta que brota do coração distingue os homens diante de Cristo, dividindo-os inevitavelmente, pois enquanto alguns herdarão a vida eterna muitos outros desprezarão a graça redentora.



O que fazer agora que sabe que é um pecador? O que fazer depois que lhe revelaram a miséria de sua alma, a maldade de seu coração, a vaidade de suas obras, os pecados de seus pensamentos? Odiar o pregador por ter lhe contado a Verdade não mudará sua condição, apenas confirmará quão mau é seu coração. O que fazer agora?



É diante desse dilema que Deus revela a solução, “porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o SENHOR Deus. Portanto, convertei-vos e vivei” (Ez.18.32). Da mesma forma como Deus revela a miséria da alma humana, Ele aponta a graça divina da redenção por meio do sacrifício de seu Filho unigênito, Cristo Jesus, que se entregou a si mesmo para pagar os pecados do homem.



Portanto, a mensagem divina tanto acusa o homem por seus pecados quanto lhe revela a redenção por Cristo Jesus. Dessa forma, o pecador humilhado, ao ter seus mais íntimos pensamentos e sentimentos pecaminosos expostos diante da santidade de Deus, encontra a destra do Senhor Jesus estendida em sua direção, oferecendo-lhe uma nova vida justificada para a santificação.



O que fazer agora? Caim recebeu semelhante proposta do Senhor quando lhe foi revelado o pecado de seu coração (Gn.4.4-7). Caim recebeu o chamado ao perdão e mudança de vida (Gn.4.7), mas os rejeitou, odiando a revelação de seu pecado e desprezando a graça divina da redenção, preferindo matar seu irmão a ter que arrepender-se de seus pecados da mente e coração.



Como Caim, a maioria dos homens odeia ter seus pecados revelados. Eles querem mentir sem que sejam chamados de mentirosos; eles querem orgulhar-se de si mesmos sem que sejam chamados de orgulhosos; eles querem matar sem que sejam chamados de assassinos; eles querem maldizer sem que sejam chamados de maledicentes; eles querem rebelar-se sem que sejam chamados de insubordinados; eles querem roubar sem que sejam chamados de desonestos e ladrões.



Por isso, quanto mais a Palavra pregada revela seus pecados mais eles odeiam a Deus, à Escritura e ao pregador. Essa é uma das reações, silenciosa ou barulhenta, do coração pecador quando se depara com a revelação de seus pecados, mesmo diante do chamado divino que lhe apresenta o gracioso perdão por meio da confiança na obra redentora de Jesus Cristo.



Mas, nem todos reagem assim. A Escritura também revela a reação de homens quebrantados pelo Espírito de Deus, como Davi. Ele havia adulterado com a mulher (Bate-Seba) de seu soldado, Urias (2Sm.11). Diante disso, o profeta Natã procurou o rei, a fim de revelar-lhe o pecado cometido diante de Deus e lhe declarou o iminente castigo divino. Natã foi enviado por Deus tanto para acusá-lo quanto para apresentar-lhe o gracioso perdão divino (2Sm.12.1-15).



Davi era rei de Israel e tinha autoridade para mandar matar qualquer homem. Mas, diante da revelação de seu pecado, ele prostrou-se perante a face de Deus em profundo arrependimento e chorou na presença do Senhor, reconhecendo seu pecado e rogando-lhe o perdão (Sl.51): “Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões” (Sl.51.1).



O coração de Davi foi dilacerado ao ouvir a Palavra de Deus, mas encontrou na graça divina o alento necessário para recobrar o ânimo, a fim de encontrar perdão e santificação na obra redentora do Senhor. Davi se humilhou diante do Senhor na esperança de que o próprio Deus o erguesse de seu estado de miséria para uma nova vida desfrutada em santidade. Seu arrependimento foi sincero e pode ser visto em todas as reações de Davi: confissão do pecado, restituição do dano e mudança de comportamento (2Sm.12.24; 16.10; 1Rs.1.1-4; 1.28-31).



O que fazer quando Deus revela nossos pecados? Arrependa-se verdadeiramente, confie na justiça de Cristo e busque no Senhor a graça necessária para que sua vida seja mudada para a glória de Deus. Diante disso, o Senhor lhe dará perdão e capacidade para viver uma nova vida pelo poder do Espírito e da Palavra, e todos verão que “onde abundou o pecado, superabundou a graça” do Senhor Jesus Cristo (Rm.5.20).

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