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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Adultos para os prazeres, jovens demais para responsabilidades

De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra” (Sl.119.9)

Até o século XVIII, o menino crescia aprendendo a profissão do pai e a menina os papeis de esposa e mãe. Aos 12 anos, ambos já estavam prontos para o casamento, pois haviam sido preparados por seus pais, desenvolvendo a maturidade dentro do lar. Com o avanço tecnológico, no século XIX, o conforto atraiu a atenção das pessoas para um novo estilo de vida, despertando novos olhares ambiciosos de alguns enquanto prometia novos entretenimentos para os cidadãos em geral. Então, homens e mulheres voltaram os olhos para a profissão em detrimento da família, com o fim de alcançar uma vida confortável. A simplicidade foi, pouco a pouco, substituída pelo hedonismo, motivando as pessoas a lutarem pelo bem-estar financeiro, instrumento para a realização de todos os sonhos de consumo. Meninos e meninas passaram a ser preparados apenas para o bom desenvolvimento de suas competências profissionais e a maturidade de ambos os sexos foi se tornando cada vez mais tardia. Hoje, aos 30 anos, os jovens têm o comportamento de uma criança de 10 anos apenas, com uma diferença: querem todos os privilégios da fase adulta (sexo, dinheiro e independência).
A sociedade pagã amoral criou um grupo de indivíduos fora de qualquer padrão Bíblico. O cristianismo havia educado o mundo para uma vida digna e responsável diante do Criador. Todavia, o paganismo ganhou força e, a partir do relaxamento do cristianismo, conseguiu destruir os fundamentos da educação familiar, formando gerações de crianças irresponsáveis que querem todos os benefícios dos adultos sem qualquer responsabilidade compatível. Como um vírus, o paganismo entrou por todas as brechas que apareceram, reivindicando para si a salvação para problemas pessoais e sociais que não haviam sido resolvidos pelo cristianismo por displicência de gerações envolvidas demais com as distrações promovidas pelo mundo pagão. Muitos dos que se dizem defensores dos direitos humanos, hoje, na verdade são apenas propagadores do totalitarismo, fazendo de tudo para tirar da família o direito humano de educar seus filhos dentro do contexto familiar, fragilizando cada dia mais os lares, tirando da criança o privilégio de ser castigada, ensinada a trabalhar, obrigada a respeitar e obedecer os pais (e todas as autoridades superiores) e ser educada no cristianismo, a fim de, livremente e refletidamente, poder decidir qual rumo tomará na vida.
Devemos lembrar que as gerações que hoje compõe os políticos ladrões, médicos gananciosos, sindicalistas preguiçosos, advogados mentirosos, cientistas incoerentes, pais irresponsáveis, mães despreparadas, homens covardes, mulheres cheias de si e cidadãos ignorantes são fruto de um longo processo de desconstrução de valores cristãos, substituindo-os por uma má educação. Eles têm todas as características correspondentes à educação que tiveram como meninos mimados, rebeldes, irresponsáveis e egocêntricos. Esse exemplo serve para alertar aos pais de hoje quanto às implicações da má educação. Os meninos que mentiam no passado estão roubando milhões dos cofres públicos; as meninas que não aprenderam a ser mulher e mãe já destruíram várias famílias fazendo mal ao próprio marido e filhos, e hoje estão divorciadas; as crianças que eram mimadas e não recebiam “não” de seus pais estão afrontando todo tipo de autoridade, desprezando as pessoas e achando que o mundo tem que ser do jeito delas; e aqueles que não foram ensinados a trabalhar quando crianças estão nos sindicatos e ruas reclamando pois querem bolsa família, pois preferem esmolas do governo ao digno trabalho. Ou seja, as pessoas que estão destruindo o mundo de hoje são as mesmas crianças mal educadas de algumas décadas atrás.
Então, pergunto aos adolescentes e jovens de hoje: “Quem quer casar?” Boa parte deles, com a sensualidade à “flor da pele”, levantará as mãos, afirmativamente. O mundo tem bombardeado a cabeça dos adolescentes e jovens com a exposição constante da sensualidade na TV, internet, outdoors e nas roupas cada vez mais curtas das meninas. Por isso, os meninos e as meninas estão tentando ingressar numa vida sexual cada vez mais cedo. Mas, a maturação da juventude não está acompanhando o crescimento muito rápido dos apetites e interesses pessoais da mocidade. Seus pais os ensinaram, a partir do mau exemplo próprio, que não é preciso ter compromisso com nada. Os mesmos que geraram, também entregam seus filhos para alguém criar, quer seja um familiar, babá ou creche. A partir desse mau exemplo, os filhos almejam os benefícios de importantes compromissos sem responsabilidade alguma. Eles não querem casar nem estudar nem cumprir deveres familiares e civis. Eles querem enriquecer para não ter que trabalhar (por isso, muita gente aposta na lotérica) e fazer sexo sem ter qualquer compromisso conjugal. Se o país está hoje na miséria moral, política e econômica é por que seus cidadãos foram ensinados a não ter caráter ao longo de várias décadas, pois “por todos os lugares andam os perversos, quando entre os filhos dos homens a vileza é exaltada” (Sl.12.8).
O problema entrou, também, na igreja. Os jovens querem namorar, pensando nos prazeres que o namoro proporciona, motivados pelo desejo sexual, mas muitos não demonstram nenhuma, ou pouca, responsabilidade com a vida. Eles são incapazes de expor a “razão da esperança” (1Pe.3.15) cristã; estudam apenas pela obrigação de terem um diploma, pois não refletem sobre a importância do papel cristão na sociedade. As reuniões de oração e doutrina são escassas de jovens. Eles jogam vídeo-game, vão ao cinema, namoram, ficam horas no Facebook, saem e querem chegar tarde, mas nem mesmo as mínimas responsabilidades domésticas e eclesiásticas querem assumir. E quando um adulto os chama de infantis eles acham ruim e se sentem ofendidos, pois não são capazes de avaliarem a si mesmos. De forma semelhante, os pais procriam, mas não educam. O conhecido “cultinho infantil”, momento em que algumas igrejas tiram as crianças do culto, antes do sermão, também serve de exemplo sobre o mau hábito de se substituir a responsabilidade dos pais. Não estão ensinando os pais a: educarem seus filhos, fazendo-os se comportarem no culto; ouvirem o sermão cuidadosamente, para ensiná-lo aos filhos em casa; e, serem a fonte do ensino cristão para os filhos no dia a dia. Em vez disso, a responsabilidade é repassada para outra pessoa escolhida para cuidar dos filhos dos outros, enfraquecendo, assim, a relação familiar em torno da Escritura Sagrada.
Dentro desse contexto, os adolescentes e jovens querem crescer para aproveitar as coisas boas da fase adulta, mas não querem amadurecer para não receberem as responsabilidades correspondentes. Eles querem namorar bastante, ter dinheiro para gastar com o que desejarem e mandar “no próprio nariz”, mas quando são chamados à responsabilidade cristã: ter uma vida de oração, meditar e estudar a Palavra do Senhor, se envolver com a vida social de forma refletida e relevante, assumir compromissos com a família e igreja, então eles se apresentam como "jovens demais" para tais responsabilidades. Portanto, enquanto os jovens demonstrarem imaturidade e irresponsabilidade com a vida que Deus os confiou não estarão aptos para receberem bênçãos maiores, pois estas também serão acompanhadas de responsabilidades maiores. Por isso, é necessário que os pais não tenham receio de cortar benefícios de seus filhos até que estes queiram aceitar as responsabilidades, também. Assim, os pais estarão obrigando seus filhos a aceitarem o desenvolvimento da maturidade. Caso eles não queiram crescer em maturidade, se tornarão adultos infantis que serão problema para a sociedade, como muitos tem sido em nossos dias.
É claro que, tendo em vista o elevado grau de imoralidade exposta nas ruas, o casamento entre cristãos tornou-se um importante instrumento divino para preservar seu povo na santidade. O casamento se mostra, mais do que em outras gerações, uma bênção divina importante para proteger os cristãos desse mundo imoral. Então, torna-se mais gritante a necessidade de prepararmos nossos jovens para o casamento, a fim de que usufruam da benção de ter seu próprio cônjuge e desfrutem de todas as alegrias de uma vida conjugal abençoada por Deus. Assim, poderão se regozijar no sexo saudável e aprovado pelo Senhor, protegendo-se mutuamente por meio da oração e do saciar mútuo diário, edificando-se, também, mutuamente por meio da Escritura Sagrada. Mas, para que isso aconteça, as famílias precisarão dedicar todo esforço à educação de seus filhos por meio de um ensino fiel e maduro da Escritura Sagrada. Os filhos precisarão aprender sobre o papel do homem e da mulher e o propósito da família, a fim de participarem da construção de uma sociedade temente a Deus em que tudo é feito para a glória do Senhor. E mesmo que o esforço para educar possa parecer improdutivo no presente, lembrem-se que os frutos da boa educação aparecem quando a árvore finalmente chega na fase adulta, como diz Provérbios: “Ensina ao menino o caminho que deve seguir, e assim, mesmo quando for velho, não se afastará dele” (Pv.22.6).
Portanto, pais, eduquem seus filhos para que sejam homens e mulheres, não crianças a vida toda. Eles precisam ser castigados no momento certo, necessitam da presença dos pais como exemplos para a vida e carecem do conhecimento da Verdade, a Palavra de Deus, por meio da qual serão conduzidos a Cristo, o varão perfeito. Somente em Jesus, crianças tornam-se homens ou mulheres maduros capazes de refletirem sobre tudo na vida. Os filhos ensinados na Escritura, hoje, serão capazes de refutar doutores marxistas amanhã; filhos conduzidos à maturidade por meio da Palavra de Deus, hoje, estarão aptos a lutar pelo futuro do país; filhos que foram alvos do zelo de seus pais, hoje, formarão famílias fortes dentro da igreja e da sociedade por muitas gerações.

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