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quinta-feira, 13 de abril de 2017

A Páscoa cristã

Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1Co.15.3-4)

A fé está em alta em Hollywood. Fé na imaginação do homem, nos mitos e lendas, que este cria para alimentar sonhos adultos e infantis: fada dos dentes, velhinho que anda em trenó voador, coelho que põe ovos coloridos. O mundo pós-moderno é sentimental e crédulo, contrapondo a frieza do movimento racionalista. Assim, o homem pós-moderno está reacendendo a fé nas ficções, para fugir da vida “fria e calculista” das grandes metrópoles. Todavia, em vez de lançar-se sobre Cristo, pelo qual Deus mostrou seu grande amor (Rm.5.8), o mundo mergulhou numa vida de ilusões e crendices, disfarçando o vazio de seu coração e incerteza de seu futuro.

E a Páscoa não foi poupada pelo mundo pagão. O memorial judaico-cristão que aponta para o mais importante evento histórico que o homem presenciou (tipificado no Antigo Testamento e consumado em Cristo) passou de religioso para “fabuloso”, quando o mundo enche os supermercados de ovos de chocolate (caríssimos), alimentando a crença no conto do coelho milagroso. Aos poucos, o mundo pagão foi substituindo as lembranças cristãs pelos ritos lendários pagãos, a fim de conduzir a sociedade ao completo esquecimento do cristianismo, na tentativa de apagar o NOME de Cristo, sua vida, morte e ressurreição.

Mitos e lendas alimentam sonhos, mas não revelam a razão da existência humana; mitos e lendas distraem o homem por meio dos contos, mas não resolvem o problema do pecado que destrói a humanidade todos os dias. Não é de mentiras, que entorpecem a mente, que precisamos e, sim, da verdade que é Cristo Jesus, poderosa para nos libertar do pecado. Os mitos nos tiram, por um tempo, da realidade para que nos esqueçamos dos sofrimentos da vida presente, contudo nenhum deles soluciona os problemas vigentes nem muito menos nos torna melhores, mais justos, amorosos, fiéis e santos.

O problema do homem não pode ser resolvido por mitos nem ONGs nem religiões. Nenhum deles tem poder sobre o coração corrupto do pecador. O ser humano precisa de Cristo, pois só Ele é: “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo.14.6). Jesus é nossa Páscoa, fazendo passar de nós a justa ira do Senhor, livrando-nos, assim, da merecida morte eterna. Ele nos liga a Deus, tornando-nos filhos do altíssimo, por meio de Sua santa justiça. Pelo sangue de Cristo, a ira de Deus foi aplacada e Sua justiça satisfeita: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm.5.1). Cristo resolveu nosso problema: a inimizade contra Deus. Em Jesus somos amados pelo Senhor e recebemos de Seu amor para amá-lo também (1Jo.4.19; Ez.36.26-27).

Páscoa é morte e vida. Morte do cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e vida para o pecador arrependido que se achega, humildemente, para receber a justiça do ressurreto Filho de Deus. Sem a páscoa de Cristo, não teríamos passado da morte para a vida, pois sem a justiça de Jesus não teríamos acesso a Deus nem muito menos esperança de vida eterna. Todavia, a páscoa cristã é mais que um dia festivo no ano. A páscoa judaica anual fora substituída pela Ceia do Senhor, que pode ser praticada todos os domingos e por meio da qual anunciamos “a morte do Senhor, até que Ele venha” (1Co.11.26). Todas as vezes que comemos o pão e bebemos o cálice, celebramos a morte e ressurreição de Cristo, renovando nossa esperança em sua volta e anunciando ao mundo nossa fé.

O rito coletivo da Ceia do Senhor, a páscoa cristã, é um instrumento gracioso de Deus para fortalecer o Cristão. Ao olhar para o pão, lembramo-nos do sofrimento de Cristo, moído por nossas transgressões; ao olhar para o cálice, carmesim como nosso sangue, lembramo-nos da morte do cordeiro de Deus, entregue na cruz para pagar os nossos pecados. E, tendo Jesus ressuscitado, somos encorajados a dedicar a vida a Deus, aguardando a promessa de que ressuscitaremos para a vida eterna, assim como Cristo ressuscitou e está sentado à direita de Deus. Por isso, Paulo conclui o capítulo 15 da primeira carta aos coríntios, dizendo: “amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1Co.15.58). A esperança da vida eterna e o grande amor de Deus movem o cristão a trabalhar ardentemente na obra do Senhor.

Na Páscoa cristã, o cristão lembra que o pecado conduz o pecador à morte, mas o amor e justiça de Deus são perfeitos e eternos e só Jesus pode dá-los ao pecador arrependido. Na Ceia do Senhor, a igreja é fortalecida, edificada e motivada a dar a vida pelo Cordeiro pascoal, Senhor de tudo e todos, que mostrou seu grande amor, tendo morrido por nós morreu naquela cruz. Ao alimentar-se do pão e vinho, sacramento deixado por Jesus, o povo de Deus anuncia o evento mais importante ocorrido na história da humanidade: a morte e ressurreição de Cristo. O que, portanto, poderia ser mais doce do que a participação na morte e vida de Jesus? Por que, então, você daria chocolates para seus filhos quando eles podem receber algo sublime: o conhecimento de Cristo? Sendo assim, eduque seus filhos ensinando-lhes sobre a amarga morte do Cordeiro de Deus por meio da qual Ele nos presenteou com a doce esperança da vida eterna.


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