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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Fraqueza, Salvação e Glória

Próxima está a sua salvação dos que o temem, para que a glória assista em nossa terra.” (Sl.85.9)

Por mais orgulhoso que seja o homem, as tribulações da vida comprovam sua fraqueza e dependência. Mas, quando este resolve prostrar-se humildemente diante do Senhor, encontra nas misericórdias de Deus socorro bem presente nas horas de aflição, salvação para sua alma e glorificação para o bondoso Redentor.
Com essa imensurável graça, Deus acudiu Adão e Eva após a transgressão da Lei do Senhor (Gn.3). Banidos do jardim, mas não lançados para fora da presença de Deus, o homem e a mulher encontraram esperança no Senhor, pois a graça de Deus superabundou diante do pecado deles, prometendo-lhes redenção futura e cobrindo a nudez que expunha a transgressão cometida (Gn.3.15,21).
Naquele dia, Adão e Eva conheceram a amplitude do amor de Deus e a profundidade da misericórdia do Senhor. Ainda no Éden, eles viviam cercados pela sabedoria de Deus expressa em sua criação; adornados pela bondosa providência do Criador manifesta em todo sustento e satisfação. Porém, somente vieram a conhecer a imensurável beleza do amor de Deus por meio da manifestação da grandeza da misericórdia do Senhor, que lhes fora dispensada quando se viram merecedores de todo castigo.
Deus não desamparou aqueles que ele amou. Como filhos desobedientes, Adão e Eva foram castigados e como filhos amados receberam o auxílio em tempo oportuno. Então, com a promessa de redenção vívida no coração, Eva exclamou: “- Adquiri um varão” (Gn.4.1).
A gravidez de Eva estava adornada de esperança. Estaria ela carregando em seu ventre o redentor prometido? Eva alegrou-se, não apenas por ser mãe, mas pela esperança redentora em seu coração. E mesmo frustrada em sua expectativa apressada (Gn.4.8), seus filhos lembravam-lhe que Deus cumpriria sua promessa de salvação (Gn.4.4). Esta promessa alimentou o desejo de dar à luz filhos, na esperança de que, um dia, um deles fosse o Redentor (Gn.4.25-26).
Alguns milhares de anos se passaram até que a promessa do Senhor se cumprisse trazendo Jesus, o Filho bendito, para viver como um de nós e morrer em nosso lugar, alcançando-nos a salvação. Essa distância temporal demonstrou que Deus jamais se esquece de suas promessas, pois é fiel para cumprir sua Palavra. Muitos empecilhos surgiram pelo caminho; diversos inimigos opuseram-se ao plano divino; o caos moral-espiritual devastou o povo de Deus diversas vezes. Contudo, Deus revelou-se poderoso para cumprir sua Santa Palavra, apesar de todos os obstáculos postos diante dEle.
Durante a longa história da redenção, Deus revelou-se ao homem pouco a pouco, anunciando-lhe como se daria a salvação enquanto guiava seu povo, preparando-o para dar à luz ao Filho de Deus. E, em toda a jornada de seu povo, Deus esteve presente com graça e misericórdia, garantindo o curso da história. Em Israel, vemos a fraqueza do pecador, a graciosa salvação do Senhor e a grandeza da glória de Deus. Nada foi por acaso; nada fugiu do controle, até que chegasse a plenitude do tempo para o advento de Cristo (Gl.4.4; Ap.12.1-5).
A história redentora não acabou. Cristo também nos deixou promessa, pois voltará para buscar os que são seus (Mt.25.31-46), a fim de consumar a eterna salvação. Devemos, então, lembrar que tudo que “foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm.15.4).
Semelhante a Adão e Eva, somos impelidos a viver pela esperança que nos foi deixada por Jesus. Olhando para a criação ao nosso redor, contemplamos a sabedoria de Deus; desfrutando do sustento diário, alegramo-nos na providência divina. Contudo, é em nossa fraqueza que se torna mais evidente a graça do Senhor e experimentamos o tão grande amor de Deus que provou “seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm.5.8).
Nossas fraquezas, então, não são sinais de vergonha, mas instrumentos para mostrar ao mundo o amor e o poder de Deus que manifesta na vida daqueles que se achegam humildemente a ele, a fim de encontrar auxílio divino em tempo oportuno. Por essa razão, Paulo disse que sentia “prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo” (2Co.12.10).
Diante de nossas debilidades, somos compelidos a clamar com humildade, a fim de encontrarmos a manifestação da graça e poder de Deus que nos socorre, ajudando-nos a percorrer a jornada cristã. Com o auxílio do Senhor, vencemos obstáculos; triunfamos sobre os inimigos; produzimos frutos de justiça; e, guardamos a fé em Jesus. Em tudo isso, Deus manifesta seu amor, graça e glória.

Portanto, não considere a fraqueza um sinal de derrota. Por meio da fé em Cristo, você é um instrumento do Senhor para manifestar ao mundo a glória de Deus (Rm.9.23). Onde o mundo vê fraqueza, Deus vê o ambiente para a manifestação de sua salvação; onde o mundo vê derrota, Deus demonstra sua glória operando suas maravilhas para que em tudo, seja Ele glorificado na vida de seu povo.

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