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sábado, 11 de julho de 2015

Espírito Santo na vida de Sete

A Sete nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o nome de Enos; daí se começou a invocar o nome do SENHOR.” (Gn.4.26)

Com a morte de Abel, a família de Adão e Eva ficou desestruturada e Caim, o único filho homem que restou, passou a morar longe seguindo seu próprio rumo. Adão e Eva tiveram várias filhas que não são contadas na genealogia (Gn.5.4) e uma delas se tornou a esposa de Caim, possibilitando a formação de um clã completamente independente da vida de seus pais.
O clã de Caim se multiplicou rapidamente. Em pouco tempo, construiu uma cidade e Caim deu-lhe o nome de seu filho: Enoque (Gn.4.17). Caim e seus descendentes não estavam interessados em agradar a Deus, por conseguinte não ofereciam sacrifícios ao Senhor, como Deus os havia ensinado quando Abel ainda estava vivo (Gn.4.7). O coração deste povo, distante de Deus, estava no mundo e suas riquezas, e, logo, desenvolveu a tecnologia, aparecendo artesãos, pecuaristas, músicos e artífices (Gn.4.20-22). Eles não viviam pela esperança da vida eterna, nem eram movidos pelo Espírito Santo a dedicar a vida ao Senhor. Eles viviam “sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.” (Ef.2.12).
O mundo sem Deus de nossos dias é semelhante ao clã de Caim. A tecnologia avança de forma impressionante, mas enquanto isso a degradação da sociedade se torna cada dia pior. O dinheiro é o deus do coração do homem que faz guerra, mata, engana e se prostitui por causa de ouro e prata. O homem ama a si mesmo incondicionalmente e tudo faz para se satisfazer. Enquanto isso, os filhos de Deus amam ao Senhor mais do que tudo (Dt.6.5). Para os filhos de Deus, o conforto não pode substituir o prazer de adorar ao Senhor, e em seu coração está à certeza de que nem só de pão vive o homem, mas de toda Palavra que procede da boca de Deus (Dt.8.3). Os olhos do povo de Deus estão fitos no Senhor e o seu prazer está na sua presença, onde há delícias perpetuamente (Sl.16.11).
No meio de toda a agitação pagã dos dias de Caim, Adão e Eva tiveram mais um filho homem. A este filho, eles o chamaram Sete. Eles tinham a esperança que Sete fosse um homem agradável a Deus como o foi Abel e se alegraram com o nascimento dele. Desta vez, a esperança de Adão e Eva não falhou e após o nascimento de Enos, o primogênito de Sete, os filhos de Deus recomeçam uma vida de adoração ao Criador, pois a morte de Abel havia extinguido os louvores ao Senhor. O nascimento de Sete é uma demonstração divina de que Deus é poderoso para cumprir suas promessas mesmo quando tudo parece perdido. Nada poderia impedir o agir de Deus! Fica evidente, desde o princípio, que a jornada até a chegada do filho prometido seria difícil, pois obstáculos seriam colocados no caminho, mas o Senhor se mostra poderoso e fiel para manter firme sua promessa, providenciando os meios para preservá-la viva em cada geração. Adão e seus descendentes deveriam confiar na promessa do Senhor e descansar o coração em Deus, vivendo para agradá-lo enquanto esperavam com paciência o cumprimento da promessa redentora.
Sete tomou a iniciativa de glorificar seu Criador, mesmo cercado de um mundo anti-Deus encabeçado por seu irmão Caim. Sua coragem proveniente do Espírito Santo, aquele que capacita os filhos de Deus para enfrentarem o mundo (2Tm.3.12; At.4.29), fez com que Sete desse continuidade às obras de Abel que eram justas e agradáveis ao Criador (Hb.11.4). Sete dará início a uma geração marcada pela tranquilidade e longevidade, um árvore genealógica caracterizada pela adoração a Deus, identificada pelos frutos de justiça, garantindo, assim, a preservação do conhecimento de Deus e da promessa redentora dada a Adão e Eva; transmitindo de pai para filho a Palavra do Senhor. Semelhante aos dias da criação, o Espírito de Deus estava pairando sobre os filhos de Deus para garantir que a vontade do Senhor seria realizada.
Com o nascimento de Enos, todos se alegraram, retomando a vida de adoração a Deus, pois ressuscitou a esperança da concretização da promessa redentora dada para Adão e Eva. Desta forma, a genealogia dos filhos de Deus começou a ser contada, e Sete foi um importante instrumento divino, guiado pelo Espírito de Deus, para educar seus filhos no temor do Senhor. Enquanto a descendência de Sete se propagava, lado a lado ia se multiplicando também a geração de Caim, desafiando a geração dos filhos de Deus a se manterem fiéis diante da tentação de viver uma vida confortável, mas longe de Deus, como viviam os filhos do primeiro homicida da história.
Enquanto o clã de Caim vivia segundo o coração pecador, multiplicando seus pecados a cada dia (Gn.4.23), a genealogia de Sete era marcada pela verdadeira adoração ao Senhor. O clã de Sete seria fundamental, pois o Messias prometido viria de um homem justo e não de um assassino (Caim). Com o nascimento de Enos, foi confirmada a casa de Sete que teria seu nome gravado na terra por seus filhos, mantendo viva a esperança da vinda do salvador. Sete foi instrumento do Espírito Santo para dar início à linhagem santa de onde o Filho de Deus nasceria para glorificar ao Pai, salvando os pecadores que Ele amou antes da fundação do mundo (Ef.1.4). Em todo tempo, Deus esteve conduzindo a vida de Sete para amá-lo e adorá-lo, assim como nos diz o livro de Provérbios que Deus inclina o coração do rei para onde deseja (Pv.21.1).
Caim ceifou um homem de Deus quando matou Abel, mas não conseguiu impedir o plano redentor do Senhor. Abel foi o primeiro mártir, mas Sete é o primeiro de uma longa e agraciada linhagem conduzida pelo Espírito Santo para fazer a vontade do Senhor. Enquanto houvesse um descendente de Sete, haveria a esperança da concretização da promessa Messiânica. Em tudo isso, é possível ver a presença do Espírito de Deus, dando graça ao seu povo, capacitando seus servos para fazer sua vontade, garantindo que tudo ocorrerá conforme seu querer. Semelhante ao livro de Ester, Gênesis não deixa explícita a atuação do Espírito Santo na vida de Sete e sua descendência, mas mostra as evidências de que Ele estava lá para encher e conduzir seu povo pelo caminho por onde deveriam andar.

De forma semelhante, a igreja é o instrumento de Deus para propagar ao mundo o evangelho redentor, poder de Deus para a salvação. A preservação da igreja não é garantida por homens fortes, mas pelo Espírito de Deus que enche seu povo e o conduz para que resista aos dias maus, persevere nas adversidades e faça sempre a vontade de Deus. A adversidade sempre estará presente, mas Deus garante que seu projeto não será frustrado, pois Ele é poderoso para confirmá-lo. Portanto, a igreja deve confiar e descansar no Senhor enquanto realiza a obra de Deus (1Co.15.58). A história de Rute nos lembra que Deus é poderoso para suscitar esperança quando tudo parece perdido (Jz.1.1-5//4.13-22). Não se deixe levar pelas circunstâncias, pois Deus mostra seu poder nas adversidades, vencendo os inimigos e suscitando grandiosa e poderosa salvação para seu povo. Apenas viva abundantemente para Deus e descanse o coração no Senhor, pois o Espírito de Deus está conosco.

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