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terça-feira, 16 de junho de 2015

Só Deus é bom!

E pondo-se Jesus a caminho, correu um homem ao seu encontro e, ajoelhando-se, perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus.
(Mc.10.17-18)

Passou-se o tempo em que o cristianismo dava glórias somente a Deus. Hoje, não somente temos santos para todos os dias, mas homens e mulheres, pais e mães que se tornaram ídolos da sociedade, recebendo atributos divinos os mais variados. Uma geração estressada, por causa do hiperativismo, tem sentido uma forte necessidade de se auto afirmar, exaltando a própria natureza para não entrar em depressão. Contudo, a autoexaltação, ou mesmo autoafirmação, não são a solução para uma geração com problemas psicoemocionais.
Era comum, nos dias de Jesus, chamar um rabino de “bom mestre”, uma forma respeitosa de tratar alguém que se dedicava ao ensino. Contudo, Jesus refuta tal elogio com uma crítica: somente Deus é digno de tal predicativo, pois somente Deus é bom. Todos os homens são pecadores e, portanto, maus em seus desígnios e pensamentos, afinal “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jr.17.9). Jesus é direto em corrigir a ideia de que o homem possa ser considerado bom, pois quando o homem se acha bom, ele despreza sua necessidade de Deus, usurpando um atributo que pertence somente ao Senhor.
É fundamental observar que as “testemunhas de Jeová” estão muito longe da Verdade, ao considerarem que esse texto refuta a divindade de Cristo. O jovem rico não se aproximou de Jesus reconhecendo sua divindade. Para o jovem, Jesus é apenas um mestre, um rabi, como muitos outros em Jerusalém. Portanto, o adjetivo usado pelo jovem para qualificar Jesus era também usado para qualificar outros mestres, e os fariseus, de onde procedia a maioria dos rabinos, gostavam de tais elogios, pois praticavam “todas as suas obras com o fim de serem vistos dos homens; pois alargam os seus filactérios e alongam as suas franjas. Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens.” (Mt.23.5-7). Jesus toma uma atitude humilde, completamente diferente da atitude vaidosa dos fariseus, atribuindo toda a glória a Deus, afinal Cristo veio ao mundo em forma humana para ser nosso salvador, e, para isso, Ele deveria ser perfeito homem em todas as coisas, a fim de ser o segundo Adão, capaz de morrer em nosso lugar (Fp.2.5-8). O que está em questão no texto não é a divindade de Jesus, mas sua perfeita humanidade, sua fidelidade às Escrituras, a fim de que em tudo seja perfeito e fiel a Deus.
No entanto, para a presente geração, provavelmente, será considerado “desnecessário” o que Jesus fez. Certamente, o chamariam de radical ou coisa semelhante. Porém, quando o homem não conhece a si mesmo da forma correta, ele se acha “suficiente” e “poderoso” demais para necessitar de Deus. O ser humano precisa se ver como pecador, carente da redenção e do poder santificador de Deus. O homem precisa se ver imperfeito e insuficiente, limitado e dependente para que busque em Deus a graça e misericórdia, a sabedoria e poder para viver uma vida plena para a glória de seu Criador.
O problema é que vivemos numa geração de autocomiseração, que atribui a si toda a glória, envaidecida por causa dos grandes avanços na tecnologia, em geral. A moda é falar de si mesmo, e isto perpassou o mundo em direção às igrejas locais onde Cristo está deixando de ser o centro da vida cristã. Homens estão tomando o lugar de Deus, exaltando a si mesmos como se alguma coisa dependesse deles. Multidões estão seguindo famosos e preletores estão falando mais de suas “proezas” do que da glória de Jesus. Isso explica, também, a busca incessante por títulos universitários desde a graduação até o Phd, muitos dos quais são apenas títulos, realmente. Mas, o conforto tecnológico alcançado e a busca desmedida por títulos têm exigido um alto preço. Vivemos o maior índice de doenças variadas de toda a história humana, e dentre as quais estão as doenças psicossomáticas. E para tentar resolver o problema, o homem retira o senso de culpa pelo pecado, enaltecendo a natureza humana ao extremo, se considerando autossuficiente em tudo. E dentre os adjetivos predicados ao homem, está sua suposta bondade e potencialidade para tudo.
Portanto, além do recorde de doenças, esta geração vive a culminância do “benfeitorismo”. Nos dias dos imperadores romanos, estes costumavam ser chamados de benfeitores por suas “generosas” dádivas aos pobres. Isso atraía o favor do povo e, consequentemente muitos elogios e adeptos ao seu governo. A iniciativa voluntária está em alta, em nossos dias. Em parte isso não é ruim, pois de fato as necessidades são muitas. Contudo, tais iniciativas, em grande medida servem para enaltecer o próprio homem. Desta forma, multidões são atraídas à “bondade” de seus “benfeitores”, renunciando buscar em Deus toda a vida e salvação; e, deixando de atribuir ao Senhor toda a glória. Tudo o que distancia o homem de Deus deve ser considerado ruim, maligno, enganoso, pois longe de Deus o homem jamais alcançará a salvação. Afinal, aparência de piedade não produz a glória de Deus (Mt.16.21-23).

Se você não consegue perceber as sutilezas do que o mundo diz, em suas frases bonitas, com grande aparência de piedade, “negando, entretanto, o poder de Deus” (2Tm.3.1-5), peça ao Senhor sabedoria, leia mais a Bíblia e busque auxílio naqueles que Deus chamou e capacitou para pastorearem a igreja por meio do fiel ensino das Sagradas Escrituras. A igreja tem uma importante missão neste mundo de mentiras, e não pode fraquejar diante das barreiras postas no caminho: a igreja de Deus é “coluna e baluarte da verdade” (1Tm.3.15). Uma das grandes Verdades ensinadas pelas Escrituras é que SÓ DEUS É BOM.

2 comentários:

  1. Amém Rev. Que Deus continue abençoando sua vida, família e ministério.

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  2. Amém!
    Muito obrigado, amado reverendo!
    O SENHOR continue abençoando você também.

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