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sexta-feira, 5 de julho de 2013

Não eu, mas Cristo em mim

Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” (Gl.2.19-20)

Eu, eu, eu e eu! Grita o coração do pecador sem Cristo. – Eu quero! Eu quero! Berra a criança para os pais. O adolescente trombudo diz: – Eu não quero! E se dirige para a cama emburrado. – Eu quero liberdade! Diz o jovem todo orgulhoso e cheio de razão. E sem dizer mais nada vai para a universidade planejando sua independência, a fim de percorrer os próprios caminhos do coração. Quando chegam à fase adulta, os olhos ensimesmados verão o mundo como um instrumento para satisfazer o coração. E, cheios de si, tentarão alcançar seus objetivos a todo custo. Este é o mundo governado pelo ego pecador.
O cristianismo é a morte do “EU”. O ego não apenas é deposto do trono da própria vida, mas é também crucificado com Cristo para nunca mais conduzir as ações. Em seu lugar, Jesus assume o trono de seu coração e pelo Espírito Santo e Sua Palavra passa a conduzir a vida cristã conforme a “boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm.12.2).
A conversão, então, é muito mais que a aceitação da pessoa de Jesus como Salvador. É a mortificação do Eu e o reconhecimento do Senhorio de Jesus sobre a vida. Assim como Cristo negou a si mesmo, se esvaziou e morreu na cruz do calvário para que pecadores tivessem vida em seu NOME, também o pecador, ao conhecer a graça e misericórdia do Senhor, se entrega completamente, negando a si mesmo, se esvaziando do ego e aceitando morrer para o mundo, crucificado com Cristo Jesus. Por isso, diz o apóstolo Paulo: “E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” (2Co.5.15).
A vida cristã gira em torno do Senhor, “portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.” (1Co.10.31). Desta forma, o cristão não vive para satisfazer o coração, mas para agradar o “amado de sua alma”, aquele que por ele viveu, morreu e ressuscitou. E nesta busca, será necessário abrir mão de muitas coisas, para satisfazer a vontade do Senhor.
Quantas vezes você já abriu mão de algo por amor a Cristo? Quantas vezes você deu a si mesmo pelo irmão, por quem o Senhor Jesus disse que deveríamos dar a vida? (Jo.13.34). Se você nunca abriu mão de nada, ou tirou de si mesmo por alguém, não sabe o que é amar. O amor Bíblico começa na renuncia. Enquanto jovens namoram para satisfazer seus desejos, a Palavra de Deus ensina que amar é dar a vida pelo outro; é morrer para dar vida.
Por meio das Escrituras, a criança aprende a obedecer por amor a Deus, pois isto é bom e agradável ao Senhor; o adolescente se esforça para participar das atividades da igreja, pois sabe que sua presença agrada Deus e contribui para o bom andamento das atividades; também, os jovens trabalharão, não pelo próprio futuro apenas, mas, acima de tudo, para glorificar o NOME do Senhor no meio da igreja e da sociedade. Nos estudos farão defesa da fé cristã; com o trabalho ajudarão os necessitados; com a criatividade e energia dinamizarão a vida da igreja, trabalhando para o bem estar de todos e cooperando com o crescimento do “corpo de Cristo” e propagação do Reino de Deus.
O grande desafio da vida cristã não é a participação dos cultos de domingo à noite, quando tudo contribui para que você vá. A maior decisão do pecador é matar o próprio ego, para que Cristo assuma o lugar dele e, assim, viver uma nova vida, não para si mesmo, mas para aquele que agora é Senhor de seu coração.
Se você só faz aquilo que é conveniente para si mesmo; se só participa do que gosta e só vai aos cultos que considera mais interessante; se dá apenas o que sobra e trabalha apenas para sustentar a si mesmo; se seus planos giram em torno de seu futuro e suas ações são sempre em benefício próprio; se em suas orações você pede apenas por suas necessidades pessoais e não consegue abrir mão de suas vontades para fazer a vontade do Senhor, então, você não está vivendo como cristão, mas como um simples pagão que não conhece outro senhor a não ser o próprio ego. Cristo não tem sido o Senhor da tua vida e seu coração não pertence a Ele. É preciso entregar o coração a Cristo com urgência, a fim de que Ele governe tua vida.

Para que uma linda planta nasça, é necessário que a semente morra na terra. De forma semelhante, é preciso morrer o velho homem para que nasça, pelo poder do Espírito Santo, um novo homem feito em Cristo Jesus. Não queira salvar sua vida carnal, alimentando-a com os prazeres que ela deseja; prefira a eterna glória prometida pelo Senhor aos que estão crucificados com Cristo, pois “quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á. Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt.16.25-26)

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