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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Prazer em viver para Deus


Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (Sl.16.11)

Parece um dia como outro qualquer, mas, à noite, o jovem rapaz terá um encontro com sua amada, quando então, os dois sairão juntos para desfrutar do amor mútuo. Mal amanhece o dia e seu coração já palpita ansioso pelo tão esperado momento. O amor antecipa a alegria do encontro com a amada e faz um dia comum ser adornado de anseios e expectativas especiais. Na obra: “O pequeno príncipe” (SAINT-EXPÉRY, 1977), a raposinha diz para o jovem príncipe: “Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três começarei a ser feliz”. O amor dá prazer à vida, movendo todo o ser a se entregar ao outro com satisfação imensurável.
Mas, quem põe o imenso amor por Deus no coração do pecador? Diz o apóstolo Paulo que “o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Rm.5.5). O pecador liberto da escravidão do pecado e do império das trevas recebe um coração novo e o Espírito do Senhor enche sua vida, dando-lhe o prazer de viver para Deus (Ez.36.26,27). O amor outrora desconhecido, agora toma conta de sua vida, movendo suas palavras e ações. O medo e a obrigação dão lugar à satisfação de se entregar ao Senhor e se dedicar de corpo e alma em fazer a vontade de Deus (1Jo.4.18; Dt.6.5).
Os salmos foram escritos por homens de Deus que estavam cheios do Espírito Santo e por isso transparecem em todo tempo: o amor, a fé e a esperança no Senhor. Na angústia, eles derramam o coração diante de Deus, confiando em suas promessas que são verdadeiras eternamente. Nos erros, os salmistas confessam seus pecados com o “espírito quebrantado e o coração compungido e contrito” (Sl.51.17), na esperança de que o Senhor os perdoará, “porque o SENHOR é bom, a sua misericórdia dura para sempre, e, de geração em geração, a sua fidelidade” (Sl.100.5). E, em todo o tempo, estes homens de Deus demonstram o profundo amor que têm por Ele, entregando a vida (Sl.37.5), louvando o NOME do SENHOR (Sl.146.2), dando graças por todos os Seus poderosos feitos (Sl.111.1), proclamando Sua salvação (Sl.96.2) e buscando Sua vontade (Sl.40.8).
Por maiores que possam ser as obrigações do crente, o diferencial da vida cristã é o fato de ser movida pelo amor a Deus. As religiões possuem rituais e ordenanças para serem cumpridas, mas o cristianismo possui o Espírito de Deus que dá ao pecador uma nova vida e com esta, o prazer em viver para Deus. O coração indiferente é substituído por um coração cheio de amor, movido pelo Espírito de Deus a se entregar à obra do Senhor. Os cultos são muito mais que rituais repetidos mecanicamente, pois ali, no momento da adoração, o coração regenerado sente o prazer da presença do Senhor e, por meio do Espírito, sua alma é edificada e a alegria do Senhor toma conta de seu ser, afinal “na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (Sl.16.11).
Davi buscava a presença do Senhor espontaneamente. Seu coração, à semelhança do autor anônimo do salmo 130, anseia por Deus “como terra sedenta” (Sl.143.3), e, com certeza, também ansiava “pelo Senhor mais do que os guardas pelo romper da manhã” (Sl.130.6). Como os filhos de Corá, sua alma também suspirava, “como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma” (Sl.42.1). O Senhor é considerado melhor do que a herança da terra recebida entre os filhos de Israel, e a presença de Deus alegrava mais seu coração que o vinho.
O que o move ao culto? Qual seu ânimo em buscar a presença do Senhor? Qual a sua motivação em ler a Palavra de Deus e buscá-lo em oração? O quanto você anseia pela volta do Senhor Jesus? Ser cristão é muito mais que ser membro de uma denominação religiosa. Ser cristão é ter o Espírito de Deus o movendo diariamente para Deus. Há muitos participando das atividades cotidianas nas igrejas sem nunca terem experimentando a regeneração do Espírito e por isso vivem apenas as obrigações impostas pelas lideranças. E você, quem o move a viver a vida cristã? Somente o Espírito do Senhor pode mover o coração do pecador a ter prazer em viver para Deus.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Procura-se voluntários


Bem sei, meu Deus, que tu provas os corações e que da sinceridade te agradas; eu também, na sinceridade de meu coração, dei voluntariamente todas estas coisas; acabo de ver com alegria que o teu povo, que se acha aqui, te faz ofertas voluntariamente.” (1Cr.29.17)

Davi estava encerrando sua jornada como rei. Já envelhecido, tendo reinado 40 anos sobre o povo de Deus, conquistou paz com os povos ao redor e unidade entre o povo de Israel. Sua vida e governo foram marcados por lutas vencidas na dependência e confiança em Deus, e erros que foram confessados e abandonados com um espírito quebrantado e coração compungido e contrito (Sl.51.17). Os salmos que compôs revelam a alma de um homem que andava na presença do Senhor e fez jus ao título que tem recebido: um homem segundo o coração de Deus.
Davi propôs em seu coração construir um templo para o Senhor dos Exércitos. Seu amor a Deus o fez considerar que o Senhor deveria ter algo mais glorioso que o Tabernáculo, que representava a presença divina no meio do povo de Israel, afinal Davi morava “em casa de cedros, e a arca de Deus se acha numa tenda” (2Sm.7.2). Davi queria o melhor para Deus, pois seu coração pulsava o amor por Ele: “Eu te amo, ó SENHOR, força minha” (Sl.18.1); e sua alegria era estar na presença do Senhor eternamente: “Eu amo, SENHOR, a habitação de tua casa e o lugar onde tua glória assiste” (Sl.26.8).
No entanto, em vez de aceitar o propósito de Davi de construir o Templo, o Senhor promete edificar-lhe descendência, escolhendo seu filho para erguer o santuário e garantindo o reinado eterno deste descendente. A benção do Senhor sobre Davi foi muito maior que a aprovação de seu projeto arquitetônico. Deus confirmou seu trono e o fez pai do Messias, prometido desde a queda de Adão e Eva. “Então, entrou o rei Davi na Casa do SENHOR, ficou perante ele e disse: Quem sou eu, SENHOR Deus, e qual é a minha casa, para que me tenhas trazido até aqui?” E, encantado com as maravilhas prometidas pelo Senhor, Davi louva a Deus dizendo: “ grandíssimo és, ó SENHOR Deus, porque não há semelhante a ti, e não há outro Deus além de ti, segundo tudo o que nós mesmos temos ouvido” (2Sm.7.18-22).
Contudo, mesmo que Davi não pudesse ser o construtor do Templo, com o coração grato e voluntário, ele decidiu juntar todo o material necessário para a concretização da obra. De seu tesouro particular, Davi doou ouro e prata, além de tudo o que preparou para o santuário (1Cr.29.1-5). Tudo fez Davi voluntariamente, pois ele amava o Senhor de todo seu coração, de toda sua alma e de toda sua força (Dt.6.5). Nada lhe foi pesado, nem feito por obrigação, apenas. Seu coração tinha alegria em ter o privilégio de dedicar a Deus parte de tudo quanto o Senhor tinha concedido a ele.
Após ter dado o exemplo para todo o Israel, Davi pergunta para os líderes do povo: “Quem, pois, está disposto, hoje, a trazer ofertas liberalmente ao SENHOR?” (2Cr.29.5). Nada deveria ser feito por imposição, mas voluntariamente, à semelhança dos dias da construção do Tabernáculo em que “todo homem cujo coração o moveu e cujo espírito o impeliu trouxe a oferta ao SENHOR para a obra da tenda da congregação” (Ex.35.21). A obra era grande e, além disso, o SENHOR era o Deus de todo o povo e não apenas de Davi. Portanto, ele ensina o povo a amar a Deus dedicando-lhe com satisfação o melhor de suas vidas. Todos deveriam ter prazer na obra do Senhor e alegria em ser co-participantes nesta tarefa.
A obra continua grande e poucos são aqueles que estão dispostos a dedicar a vida levando o evangelho do Reino ao mundo (Lc.10.2). Mas, isto pode mudar a começar por mim, e, é claro, também por você. Temos a obrigação de pregar o evangelho, mas Deus quer que façamos com satisfação como disse o apóstolo Paulo: “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho! Se o faço de livre vontade, tenho galardão; mas, se constrangido, é, então, a responsabilidade de despenseiro que me está confiada.” (1Co.9.16-17).
Ser cristão é mais que uma necessidade de salvação, mais que uma obrigação para com os mandamentos de Deus: é ter o Seu Espírito que põe em nós o amor por Sua vontade e a capacidade para obedecer-lha (Ez.36.27). Ser Cristão é amar a Deus com toda a vida e de todo o coração desejar fazer o que agrada o Senhor. Deus nos deu mandamentos, mas procura voluntários que tenham o prazer em fazer a obra do Senhor. E seu coração, já foi movido para se dedicar totalmente a Deus?