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terça-feira, 12 de junho de 2012

Procura-se voluntários


Bem sei, meu Deus, que tu provas os corações e que da sinceridade te agradas; eu também, na sinceridade de meu coração, dei voluntariamente todas estas coisas; acabo de ver com alegria que o teu povo, que se acha aqui, te faz ofertas voluntariamente.” (1Cr.29.17)

Davi estava encerrando sua jornada como rei. Já envelhecido, tendo reinado 40 anos sobre o povo de Deus, conquistou paz com os povos ao redor e unidade entre o povo de Israel. Sua vida e governo foram marcados por lutas vencidas na dependência e confiança em Deus, e erros que foram confessados e abandonados com um espírito quebrantado e coração compungido e contrito (Sl.51.17). Os salmos que compôs revelam a alma de um homem que andava na presença do Senhor e fez jus ao título que tem recebido: um homem segundo o coração de Deus.
Davi propôs em seu coração construir um templo para o Senhor dos Exércitos. Seu amor a Deus o fez considerar que o Senhor deveria ter algo mais glorioso que o Tabernáculo, que representava a presença divina no meio do povo de Israel, afinal Davi morava “em casa de cedros, e a arca de Deus se acha numa tenda” (2Sm.7.2). Davi queria o melhor para Deus, pois seu coração pulsava o amor por Ele: “Eu te amo, ó SENHOR, força minha” (Sl.18.1); e sua alegria era estar na presença do Senhor eternamente: “Eu amo, SENHOR, a habitação de tua casa e o lugar onde tua glória assiste” (Sl.26.8).
No entanto, em vez de aceitar o propósito de Davi de construir o Templo, o Senhor promete edificar-lhe descendência, escolhendo seu filho para erguer o santuário e garantindo o reinado eterno deste descendente. A benção do Senhor sobre Davi foi muito maior que a aprovação de seu projeto arquitetônico. Deus confirmou seu trono e o fez pai do Messias, prometido desde a queda de Adão e Eva. “Então, entrou o rei Davi na Casa do SENHOR, ficou perante ele e disse: Quem sou eu, SENHOR Deus, e qual é a minha casa, para que me tenhas trazido até aqui?” E, encantado com as maravilhas prometidas pelo Senhor, Davi louva a Deus dizendo: “ grandíssimo és, ó SENHOR Deus, porque não há semelhante a ti, e não há outro Deus além de ti, segundo tudo o que nós mesmos temos ouvido” (2Sm.7.18-22).
Contudo, mesmo que Davi não pudesse ser o construtor do Templo, com o coração grato e voluntário, ele decidiu juntar todo o material necessário para a concretização da obra. De seu tesouro particular, Davi doou ouro e prata, além de tudo o que preparou para o santuário (1Cr.29.1-5). Tudo fez Davi voluntariamente, pois ele amava o Senhor de todo seu coração, de toda sua alma e de toda sua força (Dt.6.5). Nada lhe foi pesado, nem feito por obrigação, apenas. Seu coração tinha alegria em ter o privilégio de dedicar a Deus parte de tudo quanto o Senhor tinha concedido a ele.
Após ter dado o exemplo para todo o Israel, Davi pergunta para os líderes do povo: “Quem, pois, está disposto, hoje, a trazer ofertas liberalmente ao SENHOR?” (2Cr.29.5). Nada deveria ser feito por imposição, mas voluntariamente, à semelhança dos dias da construção do Tabernáculo em que “todo homem cujo coração o moveu e cujo espírito o impeliu trouxe a oferta ao SENHOR para a obra da tenda da congregação” (Ex.35.21). A obra era grande e, além disso, o SENHOR era o Deus de todo o povo e não apenas de Davi. Portanto, ele ensina o povo a amar a Deus dedicando-lhe com satisfação o melhor de suas vidas. Todos deveriam ter prazer na obra do Senhor e alegria em ser co-participantes nesta tarefa.
A obra continua grande e poucos são aqueles que estão dispostos a dedicar a vida levando o evangelho do Reino ao mundo (Lc.10.2). Mas, isto pode mudar a começar por mim, e, é claro, também por você. Temos a obrigação de pregar o evangelho, mas Deus quer que façamos com satisfação como disse o apóstolo Paulo: “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho! Se o faço de livre vontade, tenho galardão; mas, se constrangido, é, então, a responsabilidade de despenseiro que me está confiada.” (1Co.9.16-17).
Ser cristão é mais que uma necessidade de salvação, mais que uma obrigação para com os mandamentos de Deus: é ter o Seu Espírito que põe em nós o amor por Sua vontade e a capacidade para obedecer-lha (Ez.36.27). Ser Cristão é amar a Deus com toda a vida e de todo o coração desejar fazer o que agrada o Senhor. Deus nos deu mandamentos, mas procura voluntários que tenham o prazer em fazer a obra do Senhor. E seu coração, já foi movido para se dedicar totalmente a Deus?

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