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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Os Substitutos

Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.” (Dt.6.4-7)

Dificilmente alguém entregaria a administração financeira de sua empresa, ou mesmo de sua casa, para qualquer pessoa, afinal “o gado só engorda debaixo dos olhos do dono”. Contudo, os pais têm entregado a educação de seus filhos para babás, secretárias domésticas, creches e colégios. Aos dois anos de idade, no mais tardar, a criança é posta em alguma instituição, com ou sem a necessidade relacionada ao trabalho dos pais. Ao retornar da instituição, creche ou colégio, a criança é entregue para uma babá ou secretária doméstica, com quem passará o restante do dia. Em muitos casos, os pais saem para trabalhar antes de o filho acordar e voltam a tempo de dizer aos filhos apenas: “Boa Noite!”. Em outros casos, mesmo estando presentes, os pais não gastam tempo com as crianças, pois querem “liberdade”, ou afirmam não ter “paciência” para cuidar de seus filhos.
O mundo tem criado pais que não passam de meros progenitores e sustentadores da prole. A criança recebe comida, roupa, moradia e é conduzida para uma instituição acadêmica qualquer que jamais deveria ser chamada de educacional ou pedagógica. Não há amor, nem exemplo pessoal, nem educação moral e ética dentro de casa. Não é construído um vínculo de confiança entre pais e filhos, pois dificilmente estes se relacionam. Quando chega à puberdade, o adolescente está confuso, sem parâmetro nenhum, com um único vínculo com os pais: a ração diária. E, para aumentar o problema, esse filho gerará outros com os mesmos vícios. Gerações confusas gerando genealogias perdidas que sucumbem nos próprios erros.
Disse Jesus: “vós sois o sal da terra... vós sois a luz do mundo” (Mt.5.13,14). Aqueles que se achegam a Cristo são considerados a razão pela qual Deus conserva a existência no planeta. Basta comparar as Palavras de Jesus com o diálogo entre Abraão e o SENHOR (Gn.18.20-33). Abraão apela para o SENHOR pela preservação das cidades de Sodoma e Gomorra, em razão da existência de justos nelas. Os retos que vivessem lá seriam o sal que preservaria as cidades com vida. Deus não as destruiria “por amor” aos justos que lá estivessem. Além de “sal da terra” os cristãos são “luz do mundo”, pois apontam a glória de Deus ao homem, refletem a santidade do Senhor para os pecadores, mostram o caminho da salvação que é Cristo e demonstram o poder transformador da Palavra e do Espírito Santo, na própria vida.
Portanto, o cristão não deve copiar o mundo e sim o mundo copiar o cristão. Pais, vocês têm educado seus filhos na Palavra de Deus? Não se trata de conduzir a criança para uma comunidade eclesiástica local. Educar é ensinar o conhecimento e demonstrá-lo ao discípulo. Filhos, quem tem ensinado a Palavra de Deus para vocês? Quem são seus modelos de vida? Provavelmente, os filhos (crianças, adolescentes e jovens) dirão: “é o pastor”, ou ainda: “é o professor da escola dominical”. Contudo, os pais deveriam ser modelos para os filhos. Eles deveriam ser os professores e pregadores da Palavra de Deus dentro do lar.
Uma comunidade que resume seus exemplos à vida da liderança, não está compreendendo a Palavra de Deus nem a obedecendo. Mas, é o que tem acontecido com muitas famílias evangélicas: os pais passam o papel de educação ética, moral e espiritual para a igreja local, tantas vezes, incentivados pela própria liderança que realiza “programações” quase que diárias. Eles Levam os filhos para participarem dos “eventos” de sua denominação, onde ouvirão a Palavra de Deus após uma semana sem nenhuma instrução Bíblica dentro de casa, e voltam como se tivessem cumprido a missão paterna. Substituíram a educação familiar, ensinada e ordenada por Deus, pela educação institucional eclesiástica. Os professores da escola dominical e o conselho da igreja local viravam substitutos dos pais que receberam a missão de educar os filhos nos caminhos de Deus. O que houve com a família cristã?
Uma das razões é a “falta de tempo dos pais”. Os pais reclamam não ter mais tempo para nada. Não há mais tempo para os filhos, não há mais tempo para ler a Bíblia, nem para orar, nem para se reunir com os demais irmãos na fé. Só há tempo para trabalhar, pagar as contas, gastar dinheiro no shopping, fazer as compras de alimentação e voltar para o trabalho. Mas, esse ciclo vicioso terá um fim: a morte. E, com a morte, virá o inferno para “os sem tempo” com Deus. E, no inferno, “onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga” (Mc.9.48), não haverá shopping, nem supermercados, nem vida. Lá, os pais e os filhos lembrarão as Palavras de Jesus: “que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt.16.26). Contudo, será tarde demais.
A melhor forma de gastar o tempo que recebemos de Deus é dedicando a vida a Deus. Seja no trabalho ou no colégio, e principalmente na família, o tempo deve servir o Senhor, sendo utilizado para a Sua glória. O tempo foi feito para o homem e não o homem para o tempo. Se vocês não têm tempo para o serviço de Deus também não haverá razão para que o Senhor dê mais tempo de vida para vocês, e, então se dirá: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Lc.12.20).
Outra razão do problema é a “falta de conhecimento de Deus”, ou seja, “falta de verdadeira conversão dos pais”. Pais que não tiveram a experiência da regeneração “são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco” (Mt.15.14). Para que os pais possam educar seus filhos na Palavra de Deus será necessário que primeiro amem “o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (Dt.6.5). Como alguém que nunca amou poderá ensinar a amar? Como alguém que nunca teve verdadeira fé na Palavra de Deus e em suas promessas poderá ensinar os filhos a crer em Jesus Cristo? Como pais que vivem somente para o dinheiro e bens poderão ensinar a esperança na vida eterna? É preciso que a Palavra de Deus esteja primeiramente no coração dos pais, a fim de serem transmitidas com conhecimento e experiência para seus filhos.
Pais, vocês dedicam muito tempo ao carro, ao shopping, ao trabalho, aos amigos, entre outros. Mas quanto tempo vocês têm desfrutado com os filhos? Vocês têm dado tanto tempo e atenção aos seus filhos, quanto têm dedicado tempo e esforço no cuidado e aquisição de bens? E, qual deles deveria ser considerado mais importante?
Pais, vocês amam, realmente, o Senhor? Ou fazem de Deus um gênio da lâmpada mágica a quem recorrem quando precisam de algo? Deus conhece o coração de vocês e não se enganará no dia do juízo final. Seus filhos precisam de exemplos acerca da vida cristã, e esses exemplos devem vir de vocês. Não esqueçam que os bens se dissiparão com o tempo e perderão o valor com a morte, mas só a Palavra de Deus gera vida que perdurará através da eternidade no coração dos que amam o Senhor.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Reformando a família

"Jesus, porém, fitando neles o olhar, disse: Para os homens é impossível; contudo, não para Deus, porque para Deus tudo é possível." (Mc.10.27)

Para que uma igreja local seja forte, saudável e atuante é preciso que seus membros estejam fortes, saudáveis e sejam atuantes, afinal não é a beleza nem a formosura de uma "casa de oração" que dará vida à igreja do Senhor Jesus. Para que um corpo seja sadio, faz-se necessário que todos os membros e órgãos desse corpo estejam sãos. Semelhantemente, famílias sadias espiritualmente formam uma igreja local salubre.
Portanto, é necessário que se invista tempo e suor na educação de cada jovem, ensinando a construir família de forma santa e agradável a Deus, ajudando a juventude a edificar o lar sobre a Rocha: Cristo Jesus. Ao darem a devida atenção aos ensinos da Palavra de Deus e conselhos bíblicos dos mais velhos sobre a família, os jovens estarão garantindo o sucesso do casamento "até que a morte separe" seus cônjuges.
Mas, como tratar as famílias que chegam à igreja, já marcadas pela dor, sofrimento, amargura, desgaste, desânimo, resistindo ao tempo, esperando o dia em que tudo irá desmoronar? Não são mais jovens apaixonados, sonhando com toda uma vida amorosa pela frente. São famílias desiludidas, com feridas profundas, grandes cicatrizes, arraigadas em conceitos mundanos que aprenderam e viveram durante anos.
Construir uma casa, tendo tão somente o terreno como ponto de partida, é muito mais fácil e tranquilo que reformar uma casa antiga, com problemas. Para reformar uma casa, será necessário "desconstruir" muito do que está erguido para que depois se possa reconstruir algo novo, firme e durável. E quanto mais se mexe na casa velha, mais problemas são descobertos. Derruba-se uma parede velha e aparecem rachaduras no teto, no piso e em outras paredes ao redor. Troca-se um cano e logo outras partes começam a apresentar vazamento. No final da reforma, a casa quase toda foi posta abaixo, gastando-se mais tempo e dinheiro do que se teria gasto para construir uma casa nova.
Não é tão diferente com respeito às antigas famílias que se aproximam do Senhor. O trabalho de reeducação na Palavra de Deus requer tempo e suor dos envolvidos e plena dependência da manifestação do poder de Deus, através da Palavra e do agir do Espírito Santo. Neste caso, não se deve entender por envolvidos apenas os membros da família: esposo, esposa e filhos. Por envolvidos deve-se compreender: os participantes da família, a liderança da igreja e os próprios membros da comunidade eclesiástica local. A conversão e transformação de um lar não é um "mero problema de família". Tal projeto pertence ao Reino de Deus e depende completamente do poder do Senhor. Por isso, toda a igreja deve ter seus olhos atentos para o problema, "lutando o bom combate do Senhor" através da oração, pregação da Palavra e testemunho fiel àqueles que carecem da graça de Deus e de modelo para seguir.
Enquanto a igreja cumpre seu papel descrito acima, o que você, membro de uma família com problemas chamados de pecados, deve fazer?
Em Marcos 10.27, Jesus afirma a onipotência de Deus diante da impossibilidade humana de se salvar. No diálogo com o jovem rico, Jesus mostrou o quanto esse estava tomado pelo apego aos bens materiais e ao muito dinheiro que possuía. A riqueza lhe trazia conforto no dia a dia, superioridade sobre os demais homens de classe social inferior, e aparente segurança ao construir casas fortificadas e ter guardas ao seu dispor. O jovem rico confiava em suas riquezas e por isso Jesus afirma: "Filhos, quão difícil é para os que confiam nas riquezas entrar no reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus" (Mc.10.24).
Há uma semelhança entre você o jovem rico. Não se trata da quantidade de dinheiro, pois o problema não está na riqueza, mas no coração carnal que se entrega a ela. Quão difícil é, ao pecador, deixar os pecados em que seu coração está arraigado. Os sofrimentos que passou no casamento; as mágoas que guardou; as palavras duras que ouviu; os sonhos que foram frustrados. O coração esta cheio de rancores e pesares, impossibilitando o pecador de perdoar e abandonar toda velha vida. Jesus diria para você: "deixa tudo e me segue" (Lc.18.22). Mas, seu coração está tão preso ao passado e tão mergulhado no pecado que você abaixa a cabeça e vai embora (Mc.10.22). Por ser impossível ao homem salvar seu próprio coração, Cristo "se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai" (Gl.1.4).
"Para Deus tudo é possível" (Mt.19.26). Enquanto a igreja ora incessantemente (1Ts.5.17) por sua família e a liderança ensina a Palavra de Deus com fidelidade, você deve se entregar ao Senhor, confiando plenamente em Suas Palavras e em Seu poder. Como alguém que não tem mais forças para lutar, entregue-se à vontade do Senhor, pois o Reino de Deus é "justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo" (Rm.14.17). Não há impossíveis para o Senhor. Não há coração tão duro que o Espírito de Deus não possa quebrantar, nem tão ímpio que o Senhor não possa transformar. A reação mais sábia de um pecador diante dos problemas é entregar sua vida a Cristo, crendo em Seu amor e poder.
Quando se trata de pecado, terapias não curam as feridas do povo (Jr.6.14; 8.11). Não basta participar de um ambiente religioso, é preciso nova vida e esta somente o Espírito de Deus pode dar. Quanto mais você tenta "reformar" o lar, mais problemas são encontrados em sua estrutura. Deus não precisa de sua ajuda; ele quer sua confiança, descansando e esperando nEle (Sl.37.7). Deus quer sua obediência completa, crendo que "a lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices; os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro e ilumina os olhos" (Sl.19.7,8). Entregue sua família ao Senhor, e Ele, como perfeito arquiteto, dará a ela uma nova e permanente vida em Cristo.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Os cristãos da Bíblia

E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (At.2.42-47)

É provável que, no contexto atual, boa parte dos cristãos olhe para o texto de Atos 2.42-47 como mera utopia. Não é difícil compreender tal reação, tendo em vista a mediocridade religiosa em que vivem as instituições eclesiásticas e o ceticismo em que caminha o mundo. Cada ano que passa tem se revelado, realmente, mais distante dos dias de Pentecostes, quando o Espírito Santo fora derramado abundantemente sobre “todo o povo do Senhor” (Nm.11.29), a fim de que vivessem conforme a vontade de Deus que é “boa, agradável e perfeita” (Rm.12.2).
Contudo, aqueles dias não foram utópicos e sim modelo para todas as demais gerações e comunidades locais. Ao demonstra fé operosa, amor abnegado e firme esperança em Cristo, a igreja em Tessalônica foi considerada pelo apóstolo Paulo: “modelo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia” (1Ts.1.7). Assim também, o próprio Paulo considerou-se modelo, tanto na superabundante misericórdia recebida de Deus (1Tm.1.16), quanto na santidade e poder do Senhor em sua vida (1Co.4.16; 11.1; Fp.3.17).
Todavia, você se acostumou com um cristianismo de práticas repetidas sem reflexão alguma; e por se tornarem apenas “tradições”, se mesclam, aqui e ali, com modismos antibíblicos da atualidade. Todo domingo você vai para ao culto e muda completamente seu comportamento ao entrar no lugar que você chama de “templo”. No entanto, não existe mais lugar sagrado no Novo Testamento (Jo.2.19-22; 4.20-24), e mesmo assim alguns ainda insistem em chamar o púlpito de altar ou descem dele para dar avisos, sacramentando o lugar; e assim, vão criando uma comunidade de vida dupla: sagrada, no “templo” e profana, “no mundo”.
Começou o culto! Mas, você que já chegou atrasado, nem mesmo presta atenção na liturgia, canta sem que se preocupe com a letra da música, fazendo promessas quem nem mesmo está disposto a cumprir. Participa de cada momento como uma programação qualquer e ainda se queixa da “demora” da mensagem pastoral. No momento dos cânticos de louvor, você é a pessoa mais espiritual, mas após o término deste momento parece que o diabo toma conta de sua mente e coração, desviando não somente os olhos, mas também os pensamentos e coração.
Uma vez por mês, você dá seu dízimo com medo de ser castigado por Deus, ou esperando que o Senhor lhe dê mais bens materiais em troca. Ocasionalmente, como é praxe, surgem campanhas na comunidade: caso seja para colocar ar condicionado na “igreja”, você se anima em participar, pois, afinal resultará em conforto para você mesmo. Contudo, quando se trata de uma oferta para alguma obra missionária longínqua, que você nem mesmo sabe onde fica, mas que existe para glorificar Deus em meio a pecadores que precisam de salvação, logo seu coração endurece e procura justificativas infundadas para tirar o peso da consciência, quando a possui.
Quantas comunidades locais ostentam pomposidades, luxos, requintes, enquanto dentro delas, ou mesmo ao redor, há desempregados, doentes sem assistência, e famílias sendo sustentadas com apenas um salário mínimo? O pastor prega sobre o amor em grego e hebraico, mas na prática nem em português sabe o que este significa. E quando confrontados pela Palavra de Deus ainda dizem “templo do Senhor, templo do Senhor é este” (Jr.7.4). “Não confieis em palavras falsas” (Jr.7.4), “porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo” (Mt.3.9-10).
Que obra magnífica o Espírito Santo fez naqueles dias de Pentecostes! Lucas, inspirado pelo Senhor, revela de forma clara a conexão entre a vida singela da igreja de Cristo e o evento de Pentecostes. Somente, o Espírito de Deus poderia transformar pecadores de coração duro em homens e mulheres fervorosos, humildes e piedosos (Ef.2.1). Aqueles que antes “gritavam: Crucifica-o! Crucifica-o!” (Lc.23.21), estavam unidos em oração, perseverando nas Palavras do Senhor Jesus ensinadas pelos apóstolos (At.2.42).
Durante 1400 anos, do Êxodo até Cristo, Israel viveu endurecido, cego, incapaz de viver a vontade de Deus, e, então, crucificou o próprio Messias, “o Autor da vida, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos” (At.3.15). O que lhes foi impossível pela lei durante 1400 anos, pois o coração estava endurecido, em apenas poucos dias foi manifesto em abundância por meio da presença superabundante do Espírito de Deus. Ao ouvirem a Palavra do Senhor pregada pelo apóstolo Pedro, o Espírito de Deus deu-lhes um novo coração cheio de: Amor, Fé e Esperança. Os que estavam dispersos se uniram como um só corpo para buscar um só Senhor e Salvador: Jesus.
Era uma comunidade sem nome. Os discípulos eram identificados pelas palavras e testemunho, revelando conhecimento e semelhança com Jesus. Eles eram reconhecidos por seguirem fielmente, em temor e amor, a aquele que chamavam de Senhor e Cristo. Eles não desistiram em meio às tribulações; não negaram a fé em meio ao mundo; não abriram mão das Palavras puras e simples do Senhor ensinadas pelos apóstolos; e não cessavam de orar, buscando em Deus sustento, força, auxílio, ânimo, consolo, esperança, fé, amor.
Muito mais que um mero socialismo, como alguns querem frisar, o texto de Atos 2.42-47 revela o poder de Deus para transformar, através da Palavra e do Espírito aqueles que se entregam a Jesus. A glória de todo aquele ambiente harmonioso era do Senhor que estava no meio da igreja, manifestando Seu amor e graça. O que foi impossível ao homem natural, escravo do pecado, passou a ser realidade através do advento pleno do Espírito de Deus no meio de Sua igreja.
Qual o modelo seguido pela comunidade onde você se congrega? Atos 2.42-47 tem sido o modelo buscado, incessantemente, por todos da comunidade? Caso sim, ore, rogando ao Senhor para que não permita que esfriem na fé, esperança e amor; e peça ao Senhor que os faça abundar no conhecimento da Palavra e plenitude do Espírito. Mas, caso a resposta seja negativa, é preciso voltar urgentemente ao primeiro amor (Ap.2.4). Você que está convencido pelo Espírito de Deus de que a comunidade, inclusive você, precisa mudar, deve apresentar-se como instrumento nas mãos do Senhor para proclamar o retorno à Palavra e vida no Espírito. Portanto, ore incessantemente pedindo a Deus que quebrante os corações; seja modelo na “na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza” (1Tm.4.12); pregue dia e noite a Palavra do Senhor, crendo que Ela é o “poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm.1.16).
Atos 2.42-47 é uma maquete do esplendido futuro da igreja na glória. Neste modelo, é possível encontrar: a perseverança eterna, a comunhão permanente, o amor imarcescível, a presença constante do Senhor e as bênçãos superabundantes e infindáveis de Deus. A Palavra de Deus age por meio do poder do Espírito para que a igreja desfrute aqui um pouco da glória que terá na eternidade, testemunhando para o mundo a santidade e majestade do Reino de Deus. Atos 2.42-47 não é utopia, é a realidade divina para todos aqueles que o amam.