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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Como vai a sua família?

Tua esposa, no interior de tua casa, será como a videira frutífera; teus filhos, como rebentos da oliveira, à roda da tua mesa.” (Sl.128.3)

O dia foi cansativo! Diversos problemas para resolver no trabalho, trânsito engarrafado na volta para casa e muitas preocupações pendentes na mente. Na frente do portão de casa, o coração suspira aliviado, ansiando pelo aconchego do lar. Ao entrar, um dos filhos vem rapidamente prestar queixas quanto ao irmão mais velho que o bateu. A esposa, já aborrecida com os inúmeros problemas que enfrentou durante o dia, chama a atenção dos filhos aos berros, enquanto questiona, sarcasticamente, o marido que se esqueceu de comprar o pão para o jantar. O esposo, já cansado, retruca a mulher, hostilmente, e vai para o quarto aborrecido com a esposa, com os filhos, com tudo e com todos. Chegada a hora do jantar, o silêncio paira na mesa vazia que testemunha a desarmonia da casa, enquanto os membros daquela família se encontram acabrunhados e espalhados pelos cômodos daquele triste lar.
Como um espectador desse cenário conturbado, você dirá, meneando a cabeça: Que família!
E como está a sua família? Enquanto personagem que vive o drama, talvez você não tenha percebido os problemas que estão solapando seu lar. Sem perceber, você e seus familiares agem como protagonistas antagônicos, tornando o dia a dia do outro, cansativo e infeliz. Por um momento, tente se colocar como espectador de si mesmo na relação com seus familiares. Analise as ações e reações, os gestos e palavras, o modo como você e sua família convivem no dia a dia. Então, tente responder à pergunta, outra vez: Como vai o seu lar?
Num divã, sua esposa se queixará de suas atitudes e apresentará uma lista histórica das razões pelas quais ela se considera infeliz. Sem querer ficar por baixo, você, o esposo, dará milhões de razões para estar insatisfeito com o lar, justificando cada gesto ou palavra hostil. Os filhos, que se consideram vítimas de tudo, ficam desejando a independência financeira, a fim de poderem sair da família que os envergonha e os torna infelizes. Contudo, eles se esquecem que, da forma como estão sendo educados, haverá grande chance de formarem uma família desestruturada, também.
Todos estão preocupados com a própria felicidade que consideram ter o direito de desfrutar. Seus familiares, portanto, se tornaram criados a serviço de seu bem estar. Em sua mente, o objetivo da família é lhe dar conforto: casa, comida e roupa lavada.
E Deus? Qual o propósito do Senhor ao instituir a família? É bem verdade, que Deus pensou no bem estar do homem, pois “não é bom que o homem esteja só” (Gn.2.18a), disse o Senhor antes de formar a mulher. Por causa da solidão de Adão, Deus fez-lhe “uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gn.2.18), para que juntos conhecessem o amor que só é possível no relacionamento. Com satisfação, Deus constituiu para o homem uma família onde este seria amado e feliz. Contudo, o principal propósito da existência do homem não é a busca por sua própria felicidade, pois desta, Deus mesmo cuidará.
Assim como “os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” (Sl.19.1), Deus fez o homem e a mulher à Sua “imagem e semelhança” (Gn.1.27) para demonstrarem a “beleza da Sua santidade” (Sl.96.9) numa vida familiar amável, santa e harmônica (Ef.5.24-26). A família é vitrine que revela atributos comunicáveis de Deus, ou seja, nela devemos ver virtudes divinas que mostram a Santidade do Senhor.
Na família que teme o Senhor, Deus revela ao mundo a ternura de Seu amor; a harmonia de Seu Reino de paz; a constante bondade de Sua providência diária; e Sua santidade no ensino da Palavra. O principal fundamento da família que teme o Senhor não está em amar o “próximo como a si mesmo” (Mt.22.39), mas em amar o Senhor “de todo o coração, de toda a alma, de todas as forças e de todo o entendimento” (Lc.10.27). A família que ama o Senhor se move em torno dEle, enquanto se alegra nas bênçãos que Deus lhes concede gratuita e alegremente.
Em quem você está pensando quando grita com sua esposa ou quando briga com seu marido? Na verdade, você está defendendo seus supostos “direitos”; você está pensando em si mesmo. Em nenhum momento você se preocupou em agradar Deus, pois se tivesse pensando no Senhor teria lembrado que o fruto do Espírito é: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gl.5.22-23). Seus pecados estão dominando você e seu coração busca justificativas infundadas, alimentando os defeitos que estão destruindo você e sua família, além de desonrarem o Santo NOME de Deus.
O problema de sua família se chama: pecado. Vocês se acostumaram a conviver com o pecado e já não sabem como se livrar dele. A felicidade parece se esconder ou, quando muito, foge de suas mãos. Deus não está satisfeito com você, nem com sua família. Você só pensa em sua própria satisfação e não se incomoda em pecar para alcançá-la. Quando você começará a viver em função do Senhor? Quando você amará, realmente, Deus acima de todas as demais coisas?
Há muitas famílias destruídas, repletas de pecados e bem distantes de Deus. Contudo, enquanto houver vida há esperança para se recomeçar. E todo recomeço parte de um coração quebrantado e arrependido, certo que é preciso mudar. E enquanto percebe que é incapaz de mudar a si mesmo, veja em Deus o poder transformador capaz de mudar toda sua família carente da graça do Senhor. Alcançados pela Palavra de Deus, nascerá uma nova vida e com ela se fará uma nova família para a glória de Deus.
Agora, todos estão atentos à Palavra de Deus, e se alegram com Sua vontade que é “boa, agradável e perfeita” (Rm.12.2). Em cada coração há temor de Deus (At.2.43), e as ações são refletidas com o propósito de agradá-lo. O pecado é dominado pelo Espírito de Deus que habita abundantemente no seio deste lar, amado pelo Senhor. Sem procurar pela felicidade ele a encontra nas dadivosas mãos de Deus, sempre disposto a abençoar aqueles que o amam.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Entre o homem e Deus

Mas as suas maldades separaram
vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, 
e por isso ele não os ouvirá.
(Is.59.2)

Um obstáculo tão pequeno, mas ocasionalmente intransponível. Você já venceu batalhas mais árduas e difíceis; lutou contra gigantes e “em o NOME do Senhor” os venceu (Sl.118.10). Cantou muitas vitórias dadas pelo Senhor em sua vida, e testemunhou a graça e o poder de Deus na vida daqueles que andam com Cristo. Contudo, ao se deparar com mais uma barreira, um problema tão minuto, volta da batalha derrotado, com o coração desanimando e a mente repleta de dúvidas. O que aconteceu?
Israel estava pronto para a próxima batalha. Os soldados voltaram animados com a vitória sobre a grande cidade de Jericó. O povo estava confiante com a promessa de herdar a terra que “mana leite e mel” (Js.5.6). A próxima cidade era pequena e não requeria muitos esforços; apenas mais um pequenino obstáculo na trajetória da conquista de Canaã. A vitória era certa, afinal o Senhor dos Exércitos estava no meio de Israel. Então, Josué envia 3 mil valentes para guerrear contra a pequena cidade de Ai (Js.7.1-4). Contudo, a vitória certa se transforma em decepção para todo o povo. Guerreiros morrem na batalha e Israel perde vergonhosamente aquele combate.
Então, Josué se prostra, com os anciãos de Israel, diante de Deus para buscar resposta sobre tal problema. O que havia acontecido? Será que subestimaram o inimigo? Ou Deus falhou em cumprir com sua promessa? Em meio à aflição, Josué faz uma leitura equivocada do momento. Em sua angústia, ele responsabiliza Deus, dizendo: “Ah! SENHOR Deus, por que fizeste este povo passar o Jordão, para nos entregares nas mãos dos amorreus, para nos fazerem perecer?” (Js.7.7). Deus ergue Josué, lhe ordena serenidade e lhe revela o problema: “Israel pecou, e violaram a minha aliança” (Js.7.11). Portanto, era preciso voltar à santidade, voltar aos santos caminhos do Senhor.
Havia pecado no meio do povo de Israel. Acã escondera coisas proibidas por Deus (Js.7.1). O pecado no meio de Israel era o único responsável pela derrota do povo na batalha contra a pequena cidade de Ai. Não foi o número de soldados na batalha, nem a localização da cidade. Havia apenas uma razão para a derrota de Israel diante de um tão pequeno obstáculo: o PECADO. O pecado no meio do povo havia privado Israel de desfrutar da vitória que seria dada por Deus.
Púlpitos fracos, casas de oração vazias, povo desanimado e sem vida. Uma cristandade inerte, sem respostas para sua geração, apenas cheia de tradições. Lideranças incapazes de ver o problema, pois “tem olhos para ver e não vêem, têm ouvidos para ouvir e não ouvem” (Ez.12.2). Será que são os métodos e as estratégias, os modelos litúrgicos ou os estilos de pregação, ou será a inadequada localização das comunidades eclesiásticas a razão dos problemas? O problema é analisado de forma superficial e as respostas não produzem mais que novos modismos. E, para piorar, há ainda aqueles que acham que não há problema algum e alimentam uma religiosidade de tradições sem vida alguma, “tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder” (2Tm.3.5).
Deus é o Senhor da igreja e esta não deve ser confundida com as instituições. Estratégias trazem pessoas para dentro de comunidades locais, mas somente o Espírito de Deus insere pecadores no Reino dos céus. Métodos atraem homens e mulheres para uma instituição eclesiástica, mas somente a Palavra de Deus converte pecadores, tornando-os parte da santa igreja de Jesus. A restauração da criação é uma obra divina e somente o poder de Deus pode transformar todas as coisas (Jo.3; Rm.8).
Qual, então, o grande inimigo e responsável pelas vergonhas eclesiásticas? O PECADO! O pecado fez Adão e Eva cobiçarem a glória de Deus; o pecado foi responsável pela retirada deles do paraíso; o pecado trouxe a morte a todos os homens; o pecado destruiu a harmonia da criação; o pecado faz separação entre o homem e Deus. O pecado tem conduzido líderes a lutarem carnalmente pelo poder. O coração pecador do homem é o responsável pela arrogância de pastores e presbíteros, e a irresponsabilidade deles no pastoreio das ovelhas que lhes foram confiadas.
Os pecados desanimam o coração e matam a alma, pois “fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is.59.2). O pecado destrói vidas, divide famílias, afasta pessoas da comunhão com a igreja, tira a razão de viver delas, e, por fim mata. O pecado mata pessoas, comunidades inteiras, instituições e nações.
Josué buscou a pessoa certa: Deus. Somente Ele pode revelar pecados encobertos e apontar para a cura. Deus ordenou a Josué que tirasse o pecado do meio do povo. Com pecado não se brinca, nem se convive. Cristo morreu para que fosse “crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos” (Rm.6.6). É por causa do pecado “que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” (Cl.3.6). É o pecado que está destruindo a cristandade com sua tolerância à imoralidade.
Queremos cristãos vivos, comunidades atuantes; uma cristandade que glorifique Deus em seus gestos de amor, em sua firmeza na fé e contínua esperança na volta gloriosa de Jesus (1Ts.1.3). Mas, para isso é preciso tirar o pecado do meio do povo e o santificar através da Palavra de Deus “a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus” (At.3.20).
Por isso, nos prostremos diante de Deus e roguemos: Senhor, nosso Deus! Sê misericordioso com Teu povo que está no meio deste mundo maligno. Tem compaixão de Tua igreja, amada na cruz, através de Teu Filho. Levanta pastores que tenham o coração cheio de Tua Santa Palavra, e a vida movida por Teu Santo Espírito. Renova Tua obra, ó Senhor, para que Teu povo tenha vida, enquanto estiver aqui, e salgue a Terra enquanto estiver nela.

sábado, 6 de agosto de 2011

Para a Glória de Deus

Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Rm.12.1)


“Na água do rio que procura o mar;
No mar sem fim; na luz que nos encanta;
Na montanha que aos ares se levanta;
No céu sem raias que deslumbra o olhar.”
                             (Olavo Bilac; A Vida)
     Seja o brilho da aurora ou o vislumbrado pôr do sol, a natureza encanta seus espectadores. Tão diversificada e detalhada, a criação revela perfeita harmonia em todas as suas partes. O corpo humano, chamado por alguns de microcosmo, possui um “mundo de pormenores”, além de suas funções orgânicas serem tão bem distribuídas. Mas, o homem sem Deus acha que elas, simplesmente, foram feitas por acaso; frutos da engenhosidade do nada. “O perverso, na sua soberba, não investiga; que não há Deus são todas as suas cogitações” (Sl.10.4).
Há, entretanto, muita miséria na sociedade: violência, prostituição, fome, corrupção etc. Os problemas sociais, ético-morais, só aumentam, enquanto os pecados são legalizados pouco a pouco. Agravando ainda mais os problemas no mundo, têm ocorrido inúmeras catástrofes ao redor do planeta que “a um só tempo, geme e suporta angústias até agora” (Rm.8.22). A quantidade de cataclismos aumentou desenfreadamente, e estes passaram a ocorrer em espaços de tempo cada vez menores. Mas, o homem sem Deus diz que são problemas meramente sócio-administrativos ou geológicos, tentando encontrar respostas que se revelam ineficazes ou superficiais.
Enquanto isso, uma mensagem de vida e esperança continua ecoando nos quatro cantos da terra, chamando, a tantos quanto puderem ouvir, para a nova e eterna vida. Uma espetacular história foi vivida e escrita por homens de Deus ao longo de milênios; história que guarda em seu coração a esperança da concretização da promessa redentora de Deus. E, num determinado dia, um Santo Homem-Deus entregou a própria vida para tornar concreto o início do projeto de reconstrução da humanidade, destruindo a raiz de todos os males: o pecado. Tendo, então, cumprido a justiça de Deus, Ele ressuscitou, mostrando Sua glória e poder aos que crêem, para que aquilo que foi impossível ao homem, fosse realizado pelo poder do Espírito Santo através da pregação da Palavra de Deus. Mas, os homens sem Deus dizem que tudo não passa de estórias e desprezam a graça de Deus revelada na cruz do calvário.
As três descrições, apresentadas acima, podem ser encontradas nos capítulos 1 a 11 de Romanos. O apóstolo Paulo mostra a existência de Deus revelada na criação; descortina a miséria do homem manifesta em seus pecados; e, ainda aponta para a glória de Deus, presente em misericórdia e graça através de Jesus Cristo.
Mas, o que fazer, então? O que Deus quer do pecador que se encontra com a verdade que liberta (Jo.8.32)? Ele quer “que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm.12.1), produzindo “frutos dignos de arrependimento” (Mt.3.8).
Nos capítulos 1 a 11 de Romanos, Paulo, expõe a maravilhosa obra da redenção realizada por Cristo. E, somente a partir do capítulo 12, ele exorta os cristãos de Roma a andarem “de modo digno da vocação” (Ef.4.1), através de um viver diário santo ao Senhor. Ser cristão é ser coerente. O proceder cristão é resultado de reflexão na Palavra de Deus e de comunhão com o Senhor, sempre cheio do Espírito Santo e movido pelo amor.
A Escritura gera vida no pecador, e o ensina a praticar as virtudes Divinas. O apóstolo João diz que seu conhecimento da Verdade o conduzia a um relacionamento santo com os irmãos “a quem eu amo na verdade e não somente eu, mas também todos os que conhecem a verdade” (2 Jo.1.1). O apóstolo Paulo diz que as escolhas devem ser baseadas no conhecimento de Deus, “e, por isso, se a comida serve de escândalo a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que não venha a escandalizá-lo” (1Co.8.13). O apóstolo Pedro ensina os cristãos a procederem de tal forma que em tudo glorifiquem o Senhor, “mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação” (1Pe.2.12). A obra redentora de Deus opera no coração do pecador, transformação de sua vida, “porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação” (1 Ts.4.7).
A fidelidade e santificação do cristão dependerão sempre da presença de Cristo em sua vida, pois, disse Jesus: “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo.15.5). Para o apóstolo Paulo, a santidade é gerada pela Palavra e a Palavra veio para gerar nova vida. Ao lermos Romanos 1 a 11, lembramos que a santificação é fruto da magnífica obra da cruz.
Então, depois de transformado pelo Espírito e perdoado por Cristo, como tens glorificado a Deus? Deus perguntou para Israel: “O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo?” (Ml.1.6). Pergunte ao seu próprio coração o mesmo que Moisés: “É assim que recompensas ao SENHOR? [...] Não é ele teu pai, que te adquiriu, te fez e te estabeleceu?” (Dt.32.6). Como, portanto, tens glorificado a Deus?