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domingo, 25 de setembro de 2011

O mais Ele fará

Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nEle, e o mais Ele fará” (Sl.37.5)

Bem disse Paulo: “os dias são maus” (Ef.5.16). Quanto maiores ficam as cidades, maior é a violência, a prostituição, a corrupção e a miséria dos marginalizados. Através da ciência, o homem descobre a solução para alguns problemas vigentes, todavia cria outra série de problemas que ficarão durante muito tempo sem solução.
Na parábola sobre “o dever de orar sempre e nunca esmorecer” (Lc.18.1), Jesus surpreende os ouvintes perguntando: “quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lc.18.8). A fé em Cristo, resultante do agir sobrenatural do Espírito Santo, tem sido substituída pela religiosidade cheia de: tradições, crendices, superstições, rituais.
Instituições eclesiásticas se proliferam em todo o país, “passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo” (Gl.1.6,7). Em grande parte, os centros universitários são conglomerados de céticos que não acreditam em nada, a não ser na razão e, contraditoriamente, criam seus próprios dogmas. O capitalismo neoliberal escraviza a população que trabalha para pagar serviços e produtos vendidos pelos “coronéis” do mundo globalizado. E, para sobreviver, os cidadãos comuns precisam lutar uns contra os outros, concorrendo por um pequeno espaço nesta imensa e confusa babilônia.
Em dias semelhantes, o profeta Elias se retirou para o deserto e já cansado de lutar sozinho contra os pecados do povo, pediu a morte (1Rs.19.4). É provável que você já tenha se sentido sozinho, lutando contra sistemas corrompidos (político-econômico-religioso), enfrentando os desafios da “selva de pedra” que é a cidade onde você vive. O coração desanima, os projetos desaparecem e a expectativa por dias melhores decresce. O que fazer, então?
Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nEle, e o mais Ele fará” (Sl.37.5). Saber que Davi foi o autor desse salmo contribui para a leitura e aplicação do mesmo. A vida de Davi não foi tranqüila nem pacífica. Desde cedo teve que lutar com leões e ursos para proteger suas ovelhas (1Sm.17.34-36). Ainda muito jovem, enfrentou com ousadia aqueles que desonravam o nome do Senhor e corajosamente matou o gigante Golias (1Sm.17.45-51). Nem mesmo depois de ter sido ungido por Deus, para ser o rei de Israel, sua vida se tornou mais tranquila. Ainda que não se saiba o contexto exato em que o salmo foi escrito, seu conteúdo se encaixa perfeitamente em qualquer momento da vida de Davi, um homem marcado por lutas, desafios, falhas, e pelo constante auxílio do Senhor.
As adversidades da vida formam o caráter do homem. O apóstolo Paulo diz se gloriar nas tribulações porque: “a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança” (Rm.5.3,4). Portanto, as lutas ensinam a não desistir facilmente e quanto maior a persistência para vencer, maior a experiência adquirida no campo de batalha. Se de um lado a experiência produz maturidade, de outro ela lembra ao homem que este mundo é mau, marcado pela dor e sofrimento consequentes do pecado, a fim de que todos os que se aproximam de Deus busquem “as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus [...], não as que são aqui da terra” (Cl.3.1,2).
Nesses dias maus, “não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniqüidade” (Sl.37.1). Se Davi tivesse invejado seus inimigos, que dia e noite o perseguiam, ele teria se tornado tão perverso quanto eles, e tão aborrecido por Deus quanto o foi Saul. Em meio às tribulações, Davi descansou certo de que “o SENHOR firma os passos do homem bom e no seu caminho se compraz; se cair, não ficará prostrado, porque o SENHOR o segura pela mão” (Sl.37.23,24). Sua força não estava na espada, mas na plena confiança que depositava sobre o “SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel” (2Sm.7.27).
Mesmo com toda gloria, poder, majestade, honra e louvor, Deus se curva para ouvir o que pecadores como você estão clamando. Sua graça e misericórdia são derramadas com benevolência, pois “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm.5.20). De seu alto e sublime trono, o Senhor “ergue do pó o desvalido e do monturo, o necessitado” (Sl.113.7) e, ao que antes andava em amargura, Deus “enche o coração de alegria” (Ec.5.20). Portanto, jamais deixe seu coração esquecer que “vem do SENHOR a salvação dos justos; ele é a sua fortaleza no dia da tribulação. O SENHOR os ajuda e os livra; livra-os dos ímpios e os salva, porque nele buscam refúgio” (Sl.37.39-40).

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