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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Entre o homem e Deus

Mas as suas maldades separaram
vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, 
e por isso ele não os ouvirá.
(Is.59.2)

Um obstáculo tão pequeno, mas ocasionalmente intransponível. Você já venceu batalhas mais árduas e difíceis; lutou contra gigantes e “em o NOME do Senhor” os venceu (Sl.118.10). Cantou muitas vitórias dadas pelo Senhor em sua vida, e testemunhou a graça e o poder de Deus na vida daqueles que andam com Cristo. Contudo, ao se deparar com mais uma barreira, um problema tão minuto, volta da batalha derrotado, com o coração desanimando e a mente repleta de dúvidas. O que aconteceu?
Israel estava pronto para a próxima batalha. Os soldados voltaram animados com a vitória sobre a grande cidade de Jericó. O povo estava confiante com a promessa de herdar a terra que “mana leite e mel” (Js.5.6). A próxima cidade era pequena e não requeria muitos esforços; apenas mais um pequenino obstáculo na trajetória da conquista de Canaã. A vitória era certa, afinal o Senhor dos Exércitos estava no meio de Israel. Então, Josué envia 3 mil valentes para guerrear contra a pequena cidade de Ai (Js.7.1-4). Contudo, a vitória certa se transforma em decepção para todo o povo. Guerreiros morrem na batalha e Israel perde vergonhosamente aquele combate.
Então, Josué se prostra, com os anciãos de Israel, diante de Deus para buscar resposta sobre tal problema. O que havia acontecido? Será que subestimaram o inimigo? Ou Deus falhou em cumprir com sua promessa? Em meio à aflição, Josué faz uma leitura equivocada do momento. Em sua angústia, ele responsabiliza Deus, dizendo: “Ah! SENHOR Deus, por que fizeste este povo passar o Jordão, para nos entregares nas mãos dos amorreus, para nos fazerem perecer?” (Js.7.7). Deus ergue Josué, lhe ordena serenidade e lhe revela o problema: “Israel pecou, e violaram a minha aliança” (Js.7.11). Portanto, era preciso voltar à santidade, voltar aos santos caminhos do Senhor.
Havia pecado no meio do povo de Israel. Acã escondera coisas proibidas por Deus (Js.7.1). O pecado no meio de Israel era o único responsável pela derrota do povo na batalha contra a pequena cidade de Ai. Não foi o número de soldados na batalha, nem a localização da cidade. Havia apenas uma razão para a derrota de Israel diante de um tão pequeno obstáculo: o PECADO. O pecado no meio do povo havia privado Israel de desfrutar da vitória que seria dada por Deus.
Púlpitos fracos, casas de oração vazias, povo desanimado e sem vida. Uma cristandade inerte, sem respostas para sua geração, apenas cheia de tradições. Lideranças incapazes de ver o problema, pois “tem olhos para ver e não vêem, têm ouvidos para ouvir e não ouvem” (Ez.12.2). Será que são os métodos e as estratégias, os modelos litúrgicos ou os estilos de pregação, ou será a inadequada localização das comunidades eclesiásticas a razão dos problemas? O problema é analisado de forma superficial e as respostas não produzem mais que novos modismos. E, para piorar, há ainda aqueles que acham que não há problema algum e alimentam uma religiosidade de tradições sem vida alguma, “tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder” (2Tm.3.5).
Deus é o Senhor da igreja e esta não deve ser confundida com as instituições. Estratégias trazem pessoas para dentro de comunidades locais, mas somente o Espírito de Deus insere pecadores no Reino dos céus. Métodos atraem homens e mulheres para uma instituição eclesiástica, mas somente a Palavra de Deus converte pecadores, tornando-os parte da santa igreja de Jesus. A restauração da criação é uma obra divina e somente o poder de Deus pode transformar todas as coisas (Jo.3; Rm.8).
Qual, então, o grande inimigo e responsável pelas vergonhas eclesiásticas? O PECADO! O pecado fez Adão e Eva cobiçarem a glória de Deus; o pecado foi responsável pela retirada deles do paraíso; o pecado trouxe a morte a todos os homens; o pecado destruiu a harmonia da criação; o pecado faz separação entre o homem e Deus. O pecado tem conduzido líderes a lutarem carnalmente pelo poder. O coração pecador do homem é o responsável pela arrogância de pastores e presbíteros, e a irresponsabilidade deles no pastoreio das ovelhas que lhes foram confiadas.
Os pecados desanimam o coração e matam a alma, pois “fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is.59.2). O pecado destrói vidas, divide famílias, afasta pessoas da comunhão com a igreja, tira a razão de viver delas, e, por fim mata. O pecado mata pessoas, comunidades inteiras, instituições e nações.
Josué buscou a pessoa certa: Deus. Somente Ele pode revelar pecados encobertos e apontar para a cura. Deus ordenou a Josué que tirasse o pecado do meio do povo. Com pecado não se brinca, nem se convive. Cristo morreu para que fosse “crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos” (Rm.6.6). É por causa do pecado “que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” (Cl.3.6). É o pecado que está destruindo a cristandade com sua tolerância à imoralidade.
Queremos cristãos vivos, comunidades atuantes; uma cristandade que glorifique Deus em seus gestos de amor, em sua firmeza na fé e contínua esperança na volta gloriosa de Jesus (1Ts.1.3). Mas, para isso é preciso tirar o pecado do meio do povo e o santificar através da Palavra de Deus “a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus” (At.3.20).
Por isso, nos prostremos diante de Deus e roguemos: Senhor, nosso Deus! Sê misericordioso com Teu povo que está no meio deste mundo maligno. Tem compaixão de Tua igreja, amada na cruz, através de Teu Filho. Levanta pastores que tenham o coração cheio de Tua Santa Palavra, e a vida movida por Teu Santo Espírito. Renova Tua obra, ó Senhor, para que Teu povo tenha vida, enquanto estiver aqui, e salgue a Terra enquanto estiver nela.

Um comentário:

  1. Pr. palavra edificante para minha vida, que Deus continue te abençoando com a revelação da sua palavra.

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