Pages

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Um por Todos e Todos por Um

de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento” (Fp.2.2)

O brasileiro, em geral, possui uma cultura individualista. Ou seja, enquanto os judeus, os orientais (nem todos) e outros povos amam e lutam por sua própria nação, sua pátria, numa consciência coletiva, corpórea, o brasileiro luta pela sobrevivência diária sozinho, num país de concorrências. Talvez seja possível elencar uma série de razões contemporâneas para esse fenômeno: corrupção no governo, economia mal distribuída, educação particularizada; além da origem mal-afamada e mal-planejada da colonização do país.

Esse fenômeno cultural brasileiro tem afetado também o protestantismo. A salvação individual é supervalorizada em detrimento da fé coletiva. Os problemas coletivos são respondidos, por cada indivíduo, com o abandono do barco, com o propósito de salvar a própria vida, sem a preocupação em ver o navio afundar. As conquistas são individuais e dificilmente respingam sobre os demais que comungam rotineiramente do mesmo ambiente religioso, ensinos doutrinários e até do mesmo pão: a Ceia do Senhor. Jesus afirmou que “se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode subsistir; se uma casa estiver dividida contra si mesma, tal casa não poderá subsistir.” (Mc.3.24,25). Há, portanto, uma carência urgente de se concentrar os olhos sobre a igreja de Jesus, retirando a atenção de si mesmos e os holofotes de homens que procuram a própria glória.

O Novo Testamento utiliza-se de algumas figuras para nomear a igreja de Jesus. Essas figuras têm em comum a coletividade, ou seja, não se referem ao indivíduo, mas ao povo. Apontaremos apenas três figuras, a fim de vermos alguns aspectos coletivos da vida da igreja:

1) Corpo de Cristo (I Co.12.27) “Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo.” – A igreja não é uma empresa como alguns pensam e até tentam administrá-la como tal. A igreja é um organismo vivo, movido pelo Espírito do Senhor. A empresa é administrada com números exatos e olhos fitos nos lucros, enquanto a igreja vive pela graça de Deus e cresce com misericórdia, amor e fidelidade à Palavra do Senhor. Cada membro é uma parte importante do corpo e desempenha alguma função que colaborará para o crescimento saudável deste corpo. Não há um gerente e sim uma cabeça que é Cristo Jesus, o Senhor. Todos devem colaborar para a edificação do corpo de Cristo e todos devem ser considerados importantes na manutenção de sua saúde espiritual.

2) Templo do Espírito Santo (I Pe.2.5) “também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.” –

Conforme o apóstolo Pedro, cada cristão é uma pedra (bloco, tijolo) viva que compõe o grande Templo de Deus, a igreja de Jesus. Juntos, os cristãos formam o templo do Espírito, assim como tijolos juntos formam uma casa. As casas que construímos para a igreja se reunir não são sagradas e nossos esforços não devem se concentrar em sua manutenção. O Espírito do Senhor habita na igreja, composta de cristãos, chamados de pedras vivas. À semelhança da manifestação da glória de Deus no templo de Salomão (2 Cr.7.2), a igreja está cheia da presença do Senhor. Seu fundamento é Cristo, a pedra angular (Ef.2.20) e sua doutrina é apostólica (At.2.42). Cada cristão desfruta da presença do Espírito Santo e é “bençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef.1.3) por fazer parte desse templo.

3) Família de Deus (Ef.2.19) “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus.” – O relacionamento mais íntimo da sociedade é o laço familiar. Deus nos chama de filhos, por meio de Cristo (Rm.8.17; Mt.12.50) tornando-nos uma família de irmãos, onde somos todos iguais aos olhos do Pai e tratados com igual amor e atenção. Jesus nos dá um novo mandamento: “que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (Jo.13.34). O amor deve caracterizar a família de Deus.

Os mais amadurecidos se dedicam a servir os demais irmãos (Mt.23.11; Jo.13.14), a honra é dada aos mais fracos, a fim de valorizá-los (1 Co.12.23; Rm.12.10), o rico recebe o mesmo tratamento do pobre e ninguém é esquecido ou desprezado de forma que todos são tratados com igual amor. Uma família onde Deus é o Pai, e Cristo é o primogênito em todas as coisas.

Se você só pensava em si mesmo, seus projetos, futuro, sonhos e benefícios, este é o momento de “negar a si mesmo” (Mt.16.24) e “dar a vida pelos irmãos” (1 Jo.3.16). Viva os projetos de Deus para a igreja, sonhe os sonhos de Deus para Seu povo, pense no futuro prometido por Ele para o corpo de Cristo e desfrute das bênçãos de Deus junto aos irmãos que Ele colocou ao seu lado para amá-los e abençoá-los com tudo que você tem recebido do Senhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário