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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O Progresso da Vida Cristã


desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Fp.2.12)

Como todos sabem, a vida humana segue um curso comum a todos e limitado também. Nascemos do ventre de nossa mãe, nos desenvolvemos durante um período de tempo e, então, morremos, deixando para trás a vida como a conhecemos aqui. Seu início não depende de nós; nem mesmo seu fim pode ser determinado pela vontade humana. Não escolhemos nascer. Não decidimos onde, quando, nem como nasceremos. Tão somente nascemos. O mesmo pode ser dito acerca da morte. Por melhor e mais saudável que seja a vida de um homem, ninguém pode determinar o dia de sua morte. Um micro ser vivo pode causar a morte do mais forte e valente dos seres humanos. Em pleno dia ensolarado, quando tudo vai bem, algo inesperado pode determinar o fim da vida: Porque “para morrer basta estar vivo”.
Diante de tudo isso, há apenas uma etapa da vida que devemos nos preocupar: o desenvolvimento. Deus nos confiou o tempo entre o nascimento e a morte para administrarmos com sabedoria e temor a Ele: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma” (Ec.9.10). Não prestaremos contas pelo nosso nascimento, nem por nossa morte, mas pela vida que usufruímos aqui. Se a vida foi longa ou breve, rica ou pobre, fácil ou difícil, em Paris ou sertão, não importarão para o Senhor da glória. Ele cobrará de cada um apenas pelo que lhe foi dado e como foi administrado para Ele: “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm.11.36). Não importam quantos talentos recebemos, mas o quanto desenvolvemos para o Senhor (Mt.25.14-30).
Os Filipenses receberam a salvação gratuitamente. Um povo “sem Cristo, separado da comunidade de Israel e estranho às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo” (Ef.2.12) é agraciado com o amor de Deus e alcançado pela obra redentora de Cristo, na Cruz do Calvário. Aqueles que estavam mortos em seus pecados recebem vida em abundância (Ef.2.1; Rm.5.17,20; Jo.10.10). Esta deveria ser a razão de toda a alegria no coração dos Filipenses. As lutas e sofrimentos de Paulo, ou mesmo deles, “não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm.8.18), quando por ocasião da volta de Jesus, Deus “habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Ap.21.3-4). Eles deveriam vencer as tribulações olhando para o amor de Jesus, pois “Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm.5.8). Enquanto estivessem com vida, deveriam ser “firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1 Co.15.58), trabalhando para o Senhor Jesus com amor, falando “com mais desassombro a Palavra de Deus” (Fp.1.14). Em outras palavras, Paulo estimula os irmãos a desenvolverem o precioso dom da salvação que receberam gratuitamente do Senhor. A gratuidade da salvação não deveria levá-los à inércia espiritual, sentados na cadeira de uma igreja assistindo os outros trabalharem. Era preciso dar frutos de acordo com o que Deus colocara nas mãos deles para fazer. Pois, tanto seriam cobrados quanto recompensados por Deus, que dirá: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt.25.21).
No entanto, os Filipenses não trabalhariam sozinhos. Paulo afirma que Deus os capacitaria a desenvolver a salvação, “porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade” (Fp.2.13). Todos os mandamentos de Deus seriam acompanhados com a capacitação para cumpri-los. Tudo que era necessário a igreja fazer para a glória de Deus: proclamar a mensagem da cruz e testemunhar as virtudes de Deus, seria acompanhado com o poder de Deus. O Espírito do Senhor estaria sempre presente com eles, intercedendo sobremaneira todos os dias, “com gemidos inexprimíveis” (Rm.8.26), enviado por Jesus como consolador de seu povo: “o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (Jo.14.26). O Espírito Santo capacitaria a igreja para realizar a obra da pregação e testemunho do evangelho, como Jesus dissera aos apóstolos: “recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At.1.8). Tanto o projeto quanto as ferramentas para executá-lo são dados pelo Senhor, a fim de que tudo ocorra perfeitamente e “experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm.12.2).
Por isso, a igreja não se intimida diante dos inimigos, certa de que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt.16.18). Diante das lutas impostas pelo mundo maligno, o Senhor “olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra” (At.4.29). A missão da igreja é sublime: proclamar “as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe.2.9) e nada pode detê-la, pois “se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm.8.31). Portanto, prossigamos fazendo a obra do Senhor, proclamando o evangelho de Cristo e testemunhando seu poder transformador que operou em nossas vidas. Ao realizar a boa obra de Deus descanse no Senhor, pois Ele “fará sobressair a tua justiça como a luz e o teu direito, como o sol ao meio-dia” (Sl.37.6). Para alegria e consolo da igreja, “quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes” (Sl.126.6), pois Deus mesmo acrescenta “dia a dia, os que iam sendo salvos” (At.2.47).
Faça do propósito da tua vida a glória de Deus. Não a utilize somente para seu benefício próprio, pois perderias o propósito de viver. Diga ao teu coração: “em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (At.20.24). E como o apóstolo Paulo, poderás, no final de tudo, dizer: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2 Tm.4.7).

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