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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Servos pela graça de Deus

Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça” (Jo.15.16)

Sou grato ao Senhor por cada oportunidade concedida para contribuir com a propagação da Palavra de Deus que é perfeita, fiel, reta, pura, límpida, verdadeira e justa (Sl.19.7-9). O serviço ao Senhor, nas mais diversas esferas da vida cristã, sempre será um privilégio gracioso, pois é confiado ao homem não por méritos nem por qualidades especiais, “pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são;  a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (I Co.1.27-29). Assim somos nós: loucos, fracos, humildes e desprezados perante o mundo, mas agraciados por Deus para manifestar sua glória por meio da pregação da Palavra e do testemunho fiel de Sua vontade. Não há em nós glória alguma, pois tudo provem do Senhor que efetua em nós tanto o querer quanto o realizar (Fp.2.13).
A humilde condição em que nos encontramos deve ser considerada parte do propósito de apontar para a glória de Deus. Jesus, o Filho de Deus, teve uma vida simples, filho de carpinteiro, esvaziado de glória e poder, feito um de nós, tentado em todas as coisas, submisso ao Pai em tudo e por fim humilhado até a morte e morte de cruz (Mt.13.55; Fp.2.7; Hb.2.17; 4.15; Lc.22.42; Fp.2.8). Seu esvaziamento tanto o identificava conosco quanto apontava às multidões a glória do Senhor, pois tudo fazia de acordo com a vontade do Pai e pelo poder do Espírito do Senhor. Portanto, se Ele, que é a nossa glória, fez-se desprezado pelo mundo para manifestar a glória do Pai, o que será de nós seus simples servos? Paulo diz que devemos seguir os passos de Jesus, a fim de que em nossa vida Deus seja engrandecido (Fp.2.5-11).
Ao mesmo tempo em que agradecemos a Deus por sua imensa graça, que nos basta (II Co.12.9), por meio da qual recebemos o privilégio de anunciar o Evangelho da salvação, também anunciamos que todo aquele que crê em Cristo é vaso de misericórdia em Suas mãos (Rm.9.23). Em Cristo, todos são servos; e cheios do Espírito Santo, todos são sustentados com o poder de Deus para servir. Para Deus não há pequeno ou grande, fraco ou forte, inculto ou sábio, “porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.” (Fp.2.13). Quem foram os “heróis da fé”? Abraão viveu no meio de um povo pagão (Js.24.2) e peregrinou em terra estranha (Hb.11.9), mas se tornou o pai da fé; José era o menor entre seus irmãos, vendido como escravo (Sl.105.17,18), porém Deus o fez instrumento de salvação; Moisés foi exilado no deserto (At.7.29) e quis rejeitar o chamado de Deus, contudo Deus o usou para libertar o grande povo de Deus; Gideão era da família mais pobre de Israel e o menor de sua casa (Jz.6.15), no entanto julgou as tribos de Israel; Ester era órfã que vivia com o tio, todavia tornou-se rainha numa terra estranha e libertou seu povo da iminente morte (Ester); os profetas viveram “errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra” (Hb.11.38), mas foram poderosos instrumentos para fazer ecoar a voz do Senhor por toda a terra. Nenhum deles foi homem de destaque, contudo, todos foram instrumentos nas mãos de Deus para revelar o poder do Senhor, Criador dos céus e da terra.
Com a igreja do Novo Testamento também foi assim, e continua sendo. Boa parte dos apóstolos eram pescadores, pessoas simples da sociedade. Diante do Sinédrio, Pedro e João foram considerados “iletrados ou incultos” (At.4.13), ou seja, eles não tinham recebido instrução rabínica (agrammatói), estudado aos pés de rabinos como Gamaliel, mas pregavam com firmeza e convicção, conhecimento e fidelidade às Sagradas Escrituras. Contudo, os líderes religiosos reconheceram que Pedro e João haviam estado com Jesus. Que anos proveitosos foram aqueles! Os discípulos haviam aprendido com o Mestre Jesus “coisas concernentes ao Reino de Deus” (At.1.3). E tendo sido revestidos com o poder de Deus (At.1.8), que o Espírito Santo trouxe para a igreja, como cumprimento da promessa de Joel 2.28, os apóstolos passaram a falar com ousadia, coragem e autoridade, iluminados para compreenderem a Palavra de Deus, a fim de ensinarem ao povo com precisão.
Não somos da escola de profetas do Antigo Testamento nem fomos escolhidos por Jesus como apóstolos autorizados para representá-lo com sinais e maravilhas. Contudo, somos membros do corpo de Cristo “fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior” (Ef.3.16). Você é parte deste corpo, igreja de Jesus, família de Deus, templo do Espírito Santo. Somos pedras vivas que juntas formam o grande e glorioso templo de Deus, sendo Cristo a pedra fundamental (I Pe.2.5). Tudo isto significa, que mesmo desprezados pelo mundo, os menores dos homens, somos instrumentos nas mãos do Altíssimo, tendo recebido dons, “visando a um fim proveitoso” (I Co.12.7).
Se você crê em Cristo como Senhor e Salvador e tem compromisso com Jesus e Sua igreja, então você também é parte do corpo de Cristo! Dentro desse corpo não há pequeno ou grande demais que não deva fazer parte da grandiosa obra incumbida à igreja de Jesus. Todos são servos, e cheios do Espírito somos instrumentos em Suas mãos. Talvez você esteja se perguntando: O que fazer para ser uma benção? A resposta é: Submeta sua vida ao Senhorio de Cristo! Viva para Jesus, fazendo sua vontade revelada nas Sagradas Escrituras! Busque-o em oração constante! Ouça a voz do Senhor que ecoa em Sua Santa Palavra! Você não precisa fazer mais que isto, pois o restante, todo o restante, está nas mãos do Senhor da glória. Assim, você estará se colocando humildemente e obedientemente nas mãos daquele que pode “das pedras suscitar filhos a Abraão” (Mt.3.9). Portanto, prostre-se hoje mesmo perante o Senhor, diga: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is.6.8).

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