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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Passado Glorioso, Futuro cheio de Esperança

Cristo deixou para sua igreja promessas referentes ao futuro glorioso do novo céu e nova terra, para que o cristão vivesse pela esperança. Em dias difíceis como estes, marcados pela maldade, desilusões e ausência de valores morais e éticos absolutos, a promessa da volta de Jesus renova a esperança do cristão. Foi com o propósito de trazer firmeza na esperança do Senhor, que os profetas no Antigo Testamento anunciaram a salvação de Deus, a restauração de Israel e a chegada de um reinado eterno de paz, em novo céu e nova terra (Ez.37; Dn.2.27-45; 12; Os.14; Jl.2.12-32; Am.9.11-15; Ob.15-21; Mq.5.2-9; 7.8-20; Sf.3.8-20; Ag.2.20; Zc.14.16-21; Ml.4.1-6). Em meio ao caos: moral e religioso, político e econômico, que a nação vivia, a esperança do povo estava nas promessas do Deus de Israel (Hc.3.17-19).
A certeza de que Cristo voltará (I Co.15) renova as forças do cristão para continuar realizando obra do Senhor e resistindo às inúmeras tentações das quais é alvo no trabalho, colégio, comércio, ambientes de lazer, através da televisão, outdoors, músicas, na conduta diária das pessoas ao seu redor. A descrição apocalíptica do novo céu e nova terra (Ap.21) consola a igreja que chora por justiça (Ap.6.9-11), lembrando-a de que Cristo voltará e quando voltar a levará para que esteja onde Ele também está (Jo.14.1-3). A ressurreição de Cristo (Cl.1.18) renova o ânimo da igreja, certa de que Cristo é o primogênito dentre muitos irmãos (Rm.8.29), e lembra-a de que, não sendo deste mundo, não deve se conformar com o mundo (Rm.12.1,2), e sim perseverar firme na fé (At.13.43), combatendo o bom combate do Senhor (II Tm.4.7) até que finalmente receba a coroa da vida (Tg.1.12).
As Parábolas do Reino, proferidas por Jesus, exortam a igreja a ter mais paciência e firmeza na espera da concretização das promessas escatológicas (Mt.25.1.13). As tribulações presentes são amenizadas, pois não podem ser comparadas com a glória que há de ser revelada nos filhos de Deus (Rm.8.18). Vale a pena esperar, diz a mensagem dos últimos dias.
Cada sofrimento, cada injustiça, cada tristeza e dor vêm acompanhados da esperança dos dias gloriosos do futuro prometido. O crente é como um soldado que deixa sua saudosa pátria em dias de guerra. A firmeza e força desse simples homem, na batalha, em meio ao cenário caótico das noites sombrias e dias sangrentos, vem da esperança de liberdade e dias gloriosos para seu povo, sua nação. O desejo de voltar para seu lar e desfrutar da paz e prosperidade de sua terra o mantém de pé, na fome e sede, no sol e na chuva, na bonança e na tormenta, passando pelo vale da sombra da morte. O passado ditoso que areja sua mente lhe dá esperança de um futuro igualmente feliz e ambos se tornam combustível para mantê-lo firme no campo de batalha.
Se hoje o cristão olha para o futuro, vislumbrando pela fé as promessas do Senhor (Hb.11.2), é porque houve um passado glorioso (Gn.1 e 2). O desejo ardente por um futuro perfeito, vem da saudade de um passado maravilhoso. Deus criou o universo perfeito para que em si revelasse a bondade, santidade, sabedoria e poder de Deus. Cada vez que uma árvore frondosa dava seus frutos saborosos, para saciar a fome e alegrar o coração dos inúmeros seres vivos que deles desfrutavam, a criação agradecia a Deus, louvando-o por ser tão bondoso para com todos eles. Quando o homem e a mulher contemplavam a beleza dos rios, com suas margens verdejantes e montes cobertos de toda espécie de vida, viam a criatividade de Deus e exaltavam Sua sabedoria nos detalhes de cada ser, na beleza do todo harmonioso da criação, num cenário de beleza e diversidade. A imensidão do céu e fulgor do sol anunciava o poder de Deus e a infinitude de Seu ser. E Deus era louvado em todas as Suas obras e em cada uma delas havia a benção do Soberano Criador.
Tudo no universo apontava para a glória de Deus. Mas a queda manchou a criação, fazendo-a perder a harmonia e perfeição, e onde a vida imperava a morte apareceu. Mas o universo não perdeu completamente as marcas que apontam para seu Criador. Hoje, a criação olha saudosa para seu início glorioso, como o povo de Israel chorava pelos dias gloriosos de Jerusalém, lamentando a perda de tais dias (Sl.137.1). Toda esperança, depositada no Senhor, está na restauração (Jr.33.11; Rm.8.21) dos dias em que Deus era louvado em cada gesto da criação. Como o ancião relembra os dias de vigor de sua carne e conta as memórias de sua juventude, a criação aguarda a renovação de toda a sua vida, lembrado que fora criada muito boa (Gn.1.31), para viver continuamente na presença de seu Deus e nEle estava a vida e todo seu prazer.
Havia harmonia com todos os seres criados. Até o leão pastava com as ovelhas (Gn.1.30) e delas cuidava como um pai a seus filhos. Viver não era uma luta pela sobrevivência, mas o desfrute da excelência da vida, que resplandecia a bondade de Deus na beleza das flores, no sabor dos frutos, na harmonia dos animais, na comunhão com o Senhor. A felicidade não era momentânea, nem mesmo almejada, era real e permanente. Todo trabalho a ser realizado estava em manter-se fiel ao Deus que os criara; e como um jardineiro que se deleita no hobby de zelar por suas flores, o homem cuidava do jardim de Deus.
Por mais real que tenha sido o paraíso onde viveram Adão e Eva, a descrição de tal beleza ainda desafia a imaginação do homem e torna-o saudoso por aqueles dias tão magníficos. A saudade, aqui, cumpre um importante papel: É que lembrando o passado o crente mantém os olhos fixos no futuro, para que não se perca no caos do presente. Por melhor que seja a vida de alguém, neste mundo presente, sempre será marcada pelas desventuras da vida caída. Os erros cometidos, acompanhados de suas tristes conseqüências, os pecados dos quais se é vitima, a miséria dos marginalizados na sociedade e a morte inevitável, não podem ser ignorados, pois fazem parte de um mundo caído. Desta forma, o mundo presente jamais poderá ser comparado com o prometido mundo porvir. Até mesmo o mais feliz dos homens, que já viveu aqui, terá sua felicidade por desprezível ao compará-la com toda a glória que os filhos de Deus herdarão por ocasião da volta de Jesus. Tudo nesta vida leva a igreja a desejar o cumprimento da promessa restauradora de Deus.
Na revelação de Deus, o passado e o futuro estão imersos um no outro de forma que ao olhar para o passado glorioso de uma criação feita em completa perfeição e harmonia, a igreja é conduzida à esperança do futuro promissor que a aguarda. Ao olhar, pela fé, para o futuro que está reservado para o povo de Deus, a igreja é reconduzida para o passado e nele vê concretamente parte da glória que lhe aguarda e tem sua esperança renovada.
A Palavra de Deus conclama a igreja a olhar para o passado, as grandiosas obras de Deus na história, e para o futuro, vislumbrando as promessas pela fé. Deste modo ocorre com a Ceia, pois disse Paulo que: “todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.” (I Co.11.26). O mesmo ocorre com a obra redentora. O passado histórico da vida, morte e ressurreição de Cristo, trouxe vida ao crente de forma que nele a igreja é justificada. A futura vinda do Senhor Jesus é a viva esperança dos crentes, no qual estarão “firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (I Co.15.58).
O passado perfeito de Adão e Eva exorta a igreja a ser santa, pois a criação fora feita para isto. O futuro prometido por Cristo de um Reino de Santidade Eterno exige que a igreja busque a santificação, pois “sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb.12.14). A igreja de Cristo vive entre duas épocas perfeitas, criação e consumação, passado e futuro, e ambas servem de persuasão à santidade.
Conclui-se, então, que moldar-se a esses modelos revelados nas Sagradas Escrituras é uma intimação divina, a fim de que todo escolhido de Deus chegue à “unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef.4.13).
As verdades acima são reais e têm repercussões práticas para sua vida. Você está vivendo num mundo caído e há marcas disto em você: a) em seus pensamentos maus: imoralidades, cobiças, altivez, enganos, perversidades e outros. b) em seus sentimentos maus: indiferença, ódio, lascívia, arrogância, egoísmo e outros. c) em suas ações, concretizando todo mau pensamento e sentimento. Você precisa de ajuda!
Ao olhar para a criação você verá que o projeto de Deus é muito bom, completamente diferente do que se vê no mundo caído e em sua própria vida. Fica claro que você precisa de ajuda. Cristo morreu e ressuscitou possibilitando a restauração da criação. Em Seu sangue há perdão, em sua ressurreição há vida eterna. O Espírito Santo aplica toda esta obra redentora de Cristo trazendo a justiça dEle para os que crêem. Ele operará em tua vida convencendo-lhe “do pecado, da justiça e do juízo” (Jo.16.8), fazendo-o crer na obra de Cristo (Ef.2.8) e concedendo-lhe a paz com Deus por meio do perdão (Rm.5.1).
Além disso, o Espírito Santo estará limpando o coração e a mente de toda mancha deixada pelo pecado. A Palavra de Deus será o instrumento do Espírito para purificar sua vida. É necessário meditar na Palavra do Senhor com frequência, viver em dependência de Deus através da oração. A vida cristã é uma nova vida. Enquanto você fazia o que queria e bem entendia no passado, passará a viver segundo a vontade de Deus revelada nas Escrituras. O pecado é trocado pela santidade, a amargura pelo contentamento, a desilusão pela esperança eterna. Um pecador perdido alcançado pela graça e misericórdia, poder e justiça de Deus.
A criação muito boa de Deus e a nova Jerusalém de Apocalipse, serão motivadores para que você siga firme na caminhada cristã, certo de que vale a pena ser fiel. O futuro que Deus tem reservado para seus servos fiéis é majestoso, de uma felicidade indescritível. Olhe para Cristo e lembre de suas promessas e as lutas da vida serão enfrentadas com mais firmeza.
Se toda tua vida aqui fosse cercada de prosperidade, alegrias, saúde e realizações, ainda assim você caminharia para a morte. Tua vida não teria sentido e todo teu empenho para realizar os projetos, findaria a qualquer momento, e não desfrutarias deles após a morte. Aprenda com o passado e ouça as promessas do futuro e veja que há muito mais na vida, além deste mundo pecador.
O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.” (Ap.3.5,21).

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